quinta-feira, 23 de julho de 2009

MUDANDO DE MORADIA

Meu pai depois de formado exerceu diversas atividades, desde plantador de arroz (técnico agrícola, funileiro, etc.), até construtor de casas.

No tempo em que ele era construtor, morava por perto das casas que estava construindo, geralmente, na casa velha do dono daquela que ele estava fazendo. Isto acontecia ora dum lado ora do outro lado do rio.

Mesmo morando do outro lado do Rio Taquari, bastava pegar uma canoa, remar um pouco e pronto, estava do outro lado, assim ele continuou a construir casas tanto de um lado como do outro do rio.

Foi numa dessas construções que se descadeirou: Estavam levantando a madeira que serviria de cumieira do telhado da casa, no braço, e, como era muito pesada, os outros dois ajudantes largaram a ponta deles, meu pai não pode porque estava com os dedos de uma mão trançados com os da outra, então teve que sustentar todo o peso sozinho.

Em 1925, meus pais mudaram-se para o salão de festas da localidade, construído em cima de pilares, por causa das enchentes, a altura foi calculada pela enchente mais alta, tanto pelo que sabemos, a parte de cima nunca foi atingida pelas águas, depois, entre os pilares altos, foram levantadas paredes, janelas e portas, tornando o porão em condições de se estabelecer uma oficina, como uma carpintaria por exemplo, o que realmente foi feito.

A parte de cima tinha uma cozinha grande, dois ou três quartos, e um salão também grande. Estas peças eram usadas pelo ecônomo e sua família, ficando a cozinha e o salão para os associados durante as festas. Não sei quantos anos nós moramos lá, a única coisa que me disseram foi que eu nasci por lá, alem daquelas historias de dar recado e outras balelas que não sei se eram brincadeiras ou não.

Nota:
A ilustração é o quadro "A Casa de William Warren" pintado por Mosley

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