segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

A MUDANÇA PARA A ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DE POMICULTURA DE TAQUARI


A NOMEAÇÃO.

Meu pai ficou sabendo de sua nomeação para a Secretaria da Agricultura, pelo João Batista Guimarães, seu colega de turma na ETA, que lhe disse ter visto o documento em cima da mesa do diretor geral da Secretaria da Agricultura, então ele falou para o diretor que ele sabia onde encontrar meu pai, e prontamente recebeu esta incumbência.

No outro dia meu pai se apresentou ao diretor geral, fez os exames médicos e foi nomeado. Por poucos dias (o prazo era de trinta dias) não havia perdido a oportunidade de ser nomeado. Certas coisas acontecem na vida da gente, que não têm explicação, o Guimarães disse que não tinha nada o que fazer no gabinete do diretor, nem remexer casualmente na papelada em cima da mesa do mesmo, se não fosse isto, teria passado o prazo e meu pai teria perdido a nomeação.

Uma vez empoçado, foi designado para exercer suas funções na E.E. de Pomicultura de Taquari.
Nossa vida mudou por completo, fomos morar numa casa grande, com dois hectares de Nesta casa tínhamos uma vaca (a brasileira, comum, toda manchada de amarelo, boa produtora de leite), um cavalo baio para meu pai ir para a estação, e muitas árvores frutíferas, algumas nativas (goiaba branca, pitanga, araçá, etc.)

Algum tempo depois de nos instalarmos na nova moradia, meu pai ganhou um suposto amigo, que era o promotor público de Taquari, o promotor não queria amigos, queria ouvintes, gostava de ficar conversando até altas horas, mais discursava do que conversava, tudo bem quando meu pai somente ouvia, e dizia sim no momento oportuno. Porém, no dia seguinte meu pai levantava às cinco horas para ir trabalhar, enquanto seu ‘mui amigo’ promotor ficava dormindo até ao meio dia!!

A vida da minha mãe também ficou atrapalhada, porque ela ia ajudar a mulher do promotor que era uma pamonha, não sabia fazer nada, eu e a Cecy ficávamos meio de lado, nem meu pai nem minha mãe tinham mais tempo para nós, pois o promotor absorveu meu pai e a mulher dele a minha mãe.

Até no hotel eu e a Cecy fomos passar uns tempos por causa dessa amizade, houve um problema de doença na família dele, e minha mãe foi cuidar, como era contagiosa, para minha mãe não nos transmitir a doença, fomos para o hotel temporariamente.

O deslocamento do meu pai para a estação era sacrificante, pois precisava levantar muito cedo, levar marmita para almoçar, andar com chuva e frio, ficando às vezes o dia inteiro molhado.
Foram tantos os motivos que levaram meus pais a se mudarem para um casebre lá na estação, que a gente nem notou tanto a diferença de uma casa para a outra, a paz voltou a reinar na nossa família, meus pais até engordaram um pouco, eu fiz novos amigos (muito poucos, quase nenhum por sinal), mas a vida continuou, e estamos aqui para contar toda esta história.

Quem saiu perdendo com tudo isto, fui eu e a Cecy, colégios, amigos, e casa boa, mas somando e diminuindo tudo, também saímos ganhando, pois começou a sobrar um pouco de dinheiro, e meu pai pode internar minha irmã no colégio São José em Estrela.

UMA CASA NOVA

Mudamos para casa nova no princípio do ano de 1940, toda mobiliada com móveis novos, desde o escritório, sala-varanda, quarto de casal, de solteiro da Cecy, o meu com duas camas máquina e mesa de costura, e cozinha. Era uma beleza morar numa casa como esta, depois de ter morado mais de 3 anos naquela que também chamavam de casa.


Tinha também uma área onde nós botávamos as cadeiras preguiçosas, uma fabricada pelo meu pai, e outra que eu fabriquei (toda a madeira foi serrada e aplainada por mim), era muito boa, leve e cômoda de sentar (não é que a minha mãe deu a dita cuja para a Davilda sem me perguntar nada!), o que é que eu podia fazer! Não fiquei sabendo para quem deram os móveis velhos, tinha uma mesa de varanda que era uma beleza! Nem é bom pensar, tanta coisa antiga posta fora (Já imaginou? Se desfazer dos homens VÉIOS, eu estaria ralado!).

Esta casa nova tinha um pequeno porão, que era usado para guardar lenha, eu levava a lenha por uma escada até a porta da cozinha nos fundos da casa, para ser usada no fogão, no terreno abaixo da escada, tinha uma bela horta, cultivada pela minha mãe, na frente um jardim bonito, e dos lados cercas duplas de Ligustre, de um dos lados tinha um galinheiro onde minha mãe criava galinhas Rode Parmentier e do outro lado passagem para pedestres.

Nesta casa meu pai vivia satisfeito, minha mãe era muito cuidadosa, (depois de morar três anos numa casa sem conforto, ir morar numa casa como esta, foi uma alegria só). Também foi construído um açude com cinco metros de profundidade, cerca de cinquenta metros dos fundos desta casa,

A ROTINA DA ESTAÇÃO.

Com a chegada de mais funcionários graduados (Engenheiros Agrônomos e Tec. Rurais), meu pai ficou com menos responsabilidade em cima dos ombros e foi cuidar da construção de casas para os operários, inclusive construiu uma olaria com esta finalidade. Também cuidava das lavouras (milho, mandioca, etc.), do posto de monta e animais estabulados para tração (não existia trator na estação), e outros para a produção de leite. Existia também uma pocilga, tudo afinal, para melhorar a raça dos animais criados nos municípios próximos.

Outra responsabilidade que deram para meu pai foi a construção da nova casa do diretor, e da nova cede administrativa, depois de concluída cada construção, foi feito o cálculo do preço de custo, saiu 40% mais barato do que o apresentado pela concorrência mais barata.

Continue lendo...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Vamos curtir o calor!



Agora são quinze horas e vinte e três minutos de uma tarde de verão, a temperatura está muito quente, na cozinha o termômetro está marcando vinte e sete graus centígrados, mas no alpendre mais de trinta e três e subindo.

Há muito tempo não sentíamos um verão tão quente, pelo menos nestes últimos dias de janeiro e início de fevereiro, mas isto é coisa de castelhano, assim como os dias muito frios são eles que nos mandam aquelas ondas polares insuportáveis, quando chega o calor também são eles que nos mandam todo esse fogaréu. Também vamos esperar o quê dos castelhanos, pois desde a ceia de Cristo, quando Ele disse, “antes de terminar a noite um de vocês vai me trair” e JUDAS se levantando perguntou: ACASO SEREI JO SEÑOR? Pois então já estamos sabendo que a coisa não é de hoje, é velha, velha a perder de vista!

A pior coisa que pode acontecer com a gente num dia de calor como este, é a preguiça, não dá vontade de fazer nada, até as letras saem devagar, teclamos uma possível palavra e olhamos para a tela, aí é que ela começa a ser gravada (oh escritor de meia tigela! Tu não achas que estás exagerando?), pois para teu governo, quando a coias começa a sair meio atravessada é porque tem praga de CASTELHANO NO MEIO.

Que desculpa vou dar agora, falta “volha” como diz o gringo ou é incapacidade mesmo, de por na tela aquilo que a gente pensa.

Continue lendo...

Creative Commons License
Esta obra esta licenciada sob uma Licenca Creative Commons.