sábado, 9 de outubro de 2010

LEMÃOSINHO TRABALHEIRO (autobiografia parte I)

Jacy aos 2 anos (1928)
Primeira fotografia (1928)
 Porto Mariante, foi nesta localidade que eu nasci, em 18 de maio de 1926, já faz bastante tempo não é? O que eu contar aqui me contaram ou eu deduzi ao ver fotografias.

Dizem que nasci pequenininho como a grande maioria dos seres humanos, e pelado, que falta de pudor!
Mas dizem que logo após o banho (desde aquela época já tinha costume de manter o corpo dentro de certo padrão de higiene), foram providenciadas roupas para ninguém ficar constrangido ao me olhar.

Passei de colo em colo até poder me movimentar com meus próprios meios, primeiro engatinhando e depois como todo (ou quase todo) Homo erectus, com minhas próprias pernas, de início dentro de casa, pois dispunha de um salão de festas para correr, mas assim que foi possível saí para a rua, coisa que eu gosto de fazer até agora.

Tenho vagas lembranças de um carrinho com quatro rodas e uma caixa em cima, todo de madeira, sendo que o eixo das rodas da frente estava fixo em um cabeçalho, que servia para puxar e guiar o carrinho, tudo feito pelo meu pai; diziam-me que meu tio Dico (Frederico C. Franck), irmão mais moço de meu pai e que, temporariamente, estava morando lá em casa, quando tinha 14 anos de idade, me botava dentro do carrinho e corria puxando o mesmo ao redor do salão, até que um dia fez o carrinho capotar comigo dentro! Dizia minha mãe que ele levou um xingão daqueles, parece que meu querido tio era muito moleque no tempo de guri.

Nesta época, os brinquedos para criança eram muito caros e raros, por isto improvisaram um funil enfiado no outro para eu brincar, mas num dado momento o braço de apoio fracassou e eu caí em cima do brinquedo, fazendo um corte profundo no nariz, marca que ficou para sempre e visível até hoje. Como não havia médico, posto de saúde ou hospital por perto, usaram um chumaço de algodão embebido em sabão aristolino para fazer os curativos, e deu certo.

Na frente do salão tinha uma escadaria em V, e foi na frente dela que eu saí fotografado vestido com uma fantasia de cardeal, pronto para o carnaval, apesar de mal saber caminhar, minha mãe nunca me perguntou se eu queria me fantasiar para participar do carnaval, ela simplesmente fazia a fantasia, me vestia e me levava para participar e pronto!

Desde o momento em que eu pude falar antes da máquina de costura, eu disse não, neste momento todos ficaram sabendo que eu gostava de baile e não de carnaval, o que, aliás, eu gosto muito até hoje, mas a primeira foto que eu tenho registrado, já sabia sentar, vestido com uma bela roupa confeccionada pela minha mãe, a foto ( que ilustra esta postagem, foi ampliada pelo meu genro Isaias, e colocada na mesma mesa onde está a fotografia da dona deste lar, que tanto amo.

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