terça-feira, 29 de setembro de 2009

O TEMPO

Eu perguntei ao TEMPO: de onde vens, para onde vais? E o TEMPO me respondeu: eu não vim e nem vou! EU SOU!!! Tudo nasce e morre em MIM!!!

Por mais que se viva (Matusalém), acabamos morrendo, mas o TEMPO continua o mesmo, como agora, alguns nascem e outros morrem no tempo frio, mas ELE continua o mesmo, para ELE não existem quatro estções, pois ELE não é só da nossa terra, é de todo o universo, que nasceu NELE, mas não se sabe quando terminará, mas será sempre NELE.

Desculpem, quis dar uma de filósofo, mas acho que saiu uma porcaria, pelo menos dá para dar alguma risadas do velho blogueiro que escreveu isto.
Tenho lido comentário lisongeiros a respeito das porcarias que escrevo, mas meu objetivo é aprender a escrever, para algum dia poderem ler sem que isto seja uma perda de TEMPO! Pelo menos não muito. ABRAÇOS...

fonte da ilustração: http://vitoriabernardi.wordpress.com/2008/12/

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domingo, 27 de setembro de 2009

Eugênio Franck: MERCADOR e “COMANDANTE DE VAPOR”

Em 1928 meu pai recebeu uma proposta da companhia Navegação Arnt, para comandar um barco que estava para chegar da Alemanha, para fazer o percurso entre Taquari e Porto Alegre, por isto nos mudamos para cidade de Taquari, onde ficamos morando por alguns meses.

Enquanto esperava o barco chegar, meu pai assumiu as funções de secretário do Partido Libertador da região do alto Taquari (Taquari, Estrela, Lajeado, Roca Sales, Venâncio Aires e Encantado), mas em três meses se demitiu, pois não agüentou a politicagem.

Como a chegada do barco que vinha da Alemanha estava demorando, ele aceitou comandar o “Bonretiro”, um barco pequeno movido por um motor a gasolina, com uma hélice colocada na parte traseira.

Como a movimentação deste barco se fazia principalmente entre Taquari e Roca Sales, meu pai achou por bem se mudar para Porto Gomes. Morando lá neste lugarejo, ele comandava o Bom Retiro e cuidava do armazém do porto, o movimento das mercadorias era praticamente o mesmo daquelas do porto Mariante, que ficava a um quilômetro de distância. As características de armazenagem eram semelhantes, havia um depósito na barranca do rio, e duas machambombas (a upa e a cupa) para transportar as mercadorias dos barcos para o armazém e vice-versa. O tipo de mercadorias também era semelhante.

Quanto à minha mãe, além dos afazeres normais de uma dona de casa, cuidava do salão de festas da sociedade local, tinha uma horta caseira e costurava para fora.

Médico só tinha em Taquari, Estrela ou Lajeado, desta forma a maioria das doenças mais simples, tais como gripe, sarampo, coqueluche, entre outras eram curadas com remédios caseiros. Assim além de todo o trabalho, os pais tinham que ser médicos também.

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domingo, 6 de setembro de 2009

EUGÊNIO CARPINTEIRO, MERCADOR E ECÔNOMO!

Carpinteiros e ferreiros produzindo roda de carroça(Alandroal)
Na carpintaria meu pai fabricava carroças e pequenos barcos de diversos formatos, alguns para sustentar balsas, que serviriam para transportar gente e animais de um lado a outro do rio, nos lugares mais baixos, as balsas eram impulsionadas por remo e à vara.

A maior parte das canoas que ele fabricava era para pescadores, os peixes mais procurados pelos pescadores eram: Dourados; Piavas; Traíras; Pintados; Jundiás; Lambaris e outros.

Nas carroças, as partes de madeira eram todas confeccionadas manualmente, incluindo a parte central da roda. O torno para produção da roda era tocado a pé, pois não existiam motores para aquele tipo de máquina (veja imagem acima). As ferragens eram todas feitas manualmente por um ferreiro, que, neste caso, era o meu tio Augusto, irmão do meu pai.

Além das atividades de carpintaria, meu pai começou a tomar conta do armazém do porto Mariante, onde se faziam carga e descarga, das mercadorias que circulavam de barco pelo rio Taquari. O armazém do meu pai ficava à beira do rio e estava a uns 20 metros do seu leito normal, mas durante as enchentes, suas águas subiam barranco acima, até alcançar a base do porto.

Para carga e descarga das mercadorias para os barcos, eles usavam uma parafernália chamada “maxambomba” constituída por duas plataformas que desciam e subiam por trilhos. O mecanismo era tracionado por uma mula que movimentava uma roda, onde estava preso um cabo ligado as duas plataformas, enquanto o “upa” subia o “cupa” descia.

O movimento maior de carga era destinado a Porto Alegre: Erva-mate, fumo em rama e folha, alfafa, carne, banha e embutidos de porco, além de galinhas vivas dentro de capoeira.

A madeira era transportada em balsas rio abaixo durante as cheias. Essas mesmas balsas eram puxadas por barcos a motor nos períodos de seca.

Para o interior o movimento maior era de farinha de trigo, sal, açúcar, café, cimento, cal hidratado, fazendas, louça, etc.

Estes barcos eram de transporte misto, pois carregavam passageiros também. Aliás, esse era o único meio de transporte entre aquela região e a capital. Os passageiros ocupavam a parte de cima do barco e as mercadorias iam no porão.

A carga ficava armazenada no porto, até o primeiro cargueiro da companhia chegar. Lembro-me perfeitamente, que meu pai colocava minha irmã, sentada nas pilhas de fardo de alfafa, e depois pedia para ela se atirar que ele aparava (ele também jogou de goleiro nos times de futebol que formou!).

18 05 1926 é uma bela data, sempre digo: MAIO é o melhor mês do ano, dezoito fica na região central do mês, e vinte e seis está no início do século. Sou uma pessoa privilegiada até na data do nascimento, com os pais que tive, com a irmã e com a família que consegui formar! Creio que não decepcionei o seu Eugênio e a dona Anna.

Esta etapa da vida do pai foi de muito trabalho, cuidando do armazém, fabricando carroças e barcos, atuando como ecônomo do clube e, principalmente, sendo um ótimo pai!

Nota:
Fonte da imagem de construção de barco - Cidade Surpreendente

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