sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Menina e o Boi da Cara-preta.

Quando nós morávamos na praia, em Taquari, havia um paradouro de tropas de boi junto à foz de um arroio, que desaguava no rio Taquari (do qual não me lembro o nome). Estes bois, que ficavam no paradouro, eram transportados para o outro lado do rio no município de Santo Amaro, através de balsa (o mesmo tipo de balsa que meu pai fabricava quando morávamos em Porto Mariante).

Este paradouro também servia para receber tropas que vinham de Santo Amaro para Taquari. A balsa era relativamente pequena e, conforme o tamanho da tropa de bois, ela tinha que fazer várias viagens.

Foi numa destas ocasiões, com uma tropa que estava sendo transportada para Santo Amaro, que estorou a boiada e se espalhou por toda a vila da praia, alguns se embrenharam num matinho, que ficava junto ao campo de futebol do Praia Futebol Clube.

Um deles, um boi preto, muito mal encarado, debandou e conseguiu furar o cerco da gauchada, mas eles foram atrás e toca daqui e toca dali, conseguiram ir trazendo, pela rua onde nós morávamos. O bicho vinha devagar na direção do paradouro, espiando para ver se encontrava um furo de fuga, (o muro que cercava nosso pátio era alto e bem fechado, com um portão de tábua junto à casa), foi num momento de coincidência, que o boi procurando fuga e minha irmã por curiosidade, chegaram ao mesmo tempo no portão, minha irmã abriu o portão justamente no momento em que o boi metia o focinho no mesmo!

A sorte dela foi que o portão ao abrir, raspou no chão e fez um barulho que assustou o boi. ASSIM COMO CHEGARAM JUNTOS, FUGIRAM JUNTOS, UM PARA CADA LADO, mas que susto!

Finalmente, o danado do bicho foi reunido ao restante da tropa e transportado para o outro lado do rio. Este episódio da vida de minha irmã foi falado e comentado por muitas vezes, quando se reunia a família.

MINHA IRMÃ, QUE O PAI TE PROTEJA ONDE ESTIVERES.

Fonte da ilustração:
1- Aplicando o Lúdico

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Viajando pelo mapa

Uma certa ocasião, quando eu estava trbalhando na corsan (compania riograndense de saneamento), estava com o mapa do rio grande do sul em cima da mesa, estudando os pontos em que a compania tinha reservatórios ou rios para a captação de água, para tratamento e posterior fornecimento às cidades próximas, um engenheiro da mesma compania, passou pela frente da minha mesa e perguntou, ué, estás viajando pelo mapa?

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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Uma aventura mal sussedida


Nós morávamos há seis quilômetros da cidade e fui matriculado numa escola particular, estava com doze anos de idade, a escola funcionava no sótão da casa dos Costa e Silva, dirigida pela professora dona Sofia da Costa e Silva, prima da minha mãe (irmã do general Costa e Silva, que presidiu o Brasil durante um peíodo da ditadura militar).

A única condução posta a minha disposição foi o cavalo baio, então todas as manhãs eu encilhava o pingo e lá me ia para a escola, quando chegava na cidade, amarrava o cavalo no pátio da casa da tia Maria, (irmã da minha mãe), as três quadras que faltavam eu ia a pé.

Das oito às onze e meia, aulas normais e das onze e trinta ao meio dia aulas de piano, (o piano ficava no primeiro andar, bem de baixo da cadeira onde a professora se sentava para dar aula), quando eu cometia um erro nos exercícios ela dava o sinal para repetir batento com uma bengala no chão do sotão.

Num dia "X", quando ia saindo pelo portão dos fundos do pátio, onde estava amarrado o cavalo baio, apareceu o filho da Genesia (não sei o nome do guri) e me convidou para dar um giro pela cidade, afinal contas, perder um dia de aula não era o bicho, então lá fui eu em compania dele...

...o que eu não sabia era que ele nunca freqüentava aula nenhuma, quando chegou perto do meio dia, fui pegar o cavalo e os livros para ir para casa e de sobra levei o diabo na garupa (história parecida...),mas a tia Maria mandou que eu entregasse um bilhete para a minha mãe, ao chegar em casa eu ainda disse, olha só quem eu troxe para brincar comigo!

Ao lerem o bilhete, ficaram sabemdo que eu tinha gazeado a aula, meu pai me passou um sermão (me explicou o que representava O ESTUDO na vida de uma pessoa). MANDARAM EU REENCILHAR O BAIO E LEVAR O GURI DE VOLTA PARA A CIDADE.

Meu pai era daqueles que preferia converçar e explicar do que bater. POR MAIORES QUE SEJAM OS MOTIVOS PARA UMA GUERRA, A PAZ SEMPRE SERÁ MELHOR.
Por causa desta aventura, levei um carão em casa, fiquei sem almoço (o troço me engasgou de tal forma que eu não seria capaz de emgulir nada mesmo), um carão da professora, vergonha da tia Maria... Enfim, UMA AVENTURA MAL SUSSEDIDA...

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domingo, 16 de agosto de 2009

07/05/2003 O DIA A DIA


Ontem escrevi algumas ocorrências, mas não salvei adequadamente, pois não dei o nome do arquivo, razão porque não fiquei com nada para chamar o que tinha escrito. Talvez até exista uma maneira de recobrar o perdido, mas até ai eu ainda não sei.

Tem horas que eu sinto dificuldade de enxergar nitidamente, com as lentes de enxergar longe, aqui no computador, embora as letras que estou usando sejam de tamanho grande, mas a Marice também se queixou da mesma coisa, acho que temos que fazer lentes para meia distância, ou seja, para nem tanto nem tampouco, e ai, quem quiser entender que se espiche!

Cada um cada qual, não foi para isto que o estudo serve? Porque,estavam esperando que eu ia entregar a solução de mão beijada? Vão puxar pelos miolos se quiserem! Também o que está escrito vale tão pouco, que não vale a pena. A gente pode continuar uma coisa que foi escrita há bastante tempo, tanto que nem me lembro quanto, mas se é para dizer, ou melhor, escrever bobagem, qualquer tempo é tempo.

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sábado, 15 de agosto de 2009

Mais dois causos com meu pai.

Causo 1 - O VAPOR OSVALDO ARANHA:

Quando meu pai assumiu o comando do Vapor Osvaldo Aranha, ele era um barco novinho e havia feito somente a viagem da Alemanha para Taquari (RS), a velocidade de cruzeiro dele era pequena, um pouco maior que a dos outros barcos da companhia Arnt, mas era normalmente menor que a do vapor Porto Alegre, que fazia o percurso entre a capital e Cachoeira.

Normalmente, o Vapor Porto Alegre saia da capital, meia hora depois do Osvaldo Aranha. Os barcos da companhia Arnt tinham vários pontos de parada em seu percurso, enquanto que o Vapor Porto Alegre não tinha nenhum.

Desse modo, um pouco antes de São Jerônimo, ele passava pelo Osvaldo Aranha, e seu comandante se postava no convés superior, ao lado da cabine de comando, e ao passar, fazia continência com ar de superioridade, enquanto os seus passageiros se divertiam. Isso acontecia todos os dias, até que num deles, meu pai resolveu mudar as posições.

O Osvaldo Aranha podia acionar um sistema de tiragem de vapor pela chaminé, que obrigava o fogo da fornalha a ficar mais ativo e quente. Desse modo, a caldeira produzia mais vapor e mais pressão, os pistões se movimentavam com maior rapidez e as rodas que movimentavam o barco giravam mais rápidas, como resultado o barco corria mais.

Naquele dia, quando o vapor Porto Alegre estava quase ultrapassando o Osvaldo Aranha e o comandante começara a fazer a costumeira continência, meu pai deu a ordem para acionar esse sistema e começou uma inesperada reação do Osvaldo Aranha, que devagarzinho foi recuperando a distância até que deixou o P.Alegre para trás.

A primeira festa que os passageiros do Porto Alegre haviam feito foi compensada pela reação dos passageiros do Osvaldo Aranha, nessa recuperação. Este ato motivou uma queixa do comandante do Porto Alegre junto às autoridades portuárias pela vergonha que ele passou junto aos seus passageiros, como é que um vaporzinho corria mais que o dele? A reclamação nunca deu em nada, mas, por seu turno, meu pai nuca mais deu ordem semelhante.

De qualquer maneira, o comandante do Porto Alegre nunca mais foi fazer aquele tipo de continência acintosa com ar de superioridade. VIU!

Causo 2- CIGARRO NO BOLSO:

Antigamente os conceitos de respeito eram muito diferentes dos atuais, vou contar uma história que aconteceu com meu pai e meu avô: Meu pai já era casado há bastante tempo, basta dizer que eu já tinha uns dois ou três anos de idade, quando fomos visitar meus avós, chegando lá, só estava minha avó em casa, meu avô estava na roça, conversa vai conversa vem, meu pai teve vontade de fumar, pediu licença para a minha avó e acendeu o cigarro, começou a fumar naturalmente.

De repente, não mais que de repente, meu avô entra na sala, meu pai não teve dúvidas, meteu o cigarro aceso no bolso das calças, imaginam só o que aconteceu? Um baita furo nas calças novas. Será que isto foi respeito ou estupidez? MAS ACONTECEU. QUE IGNORÂNCIA! QUE BARBARIDADE!

Pensando bem, se ele tivesse refletido que essa vergonha era em parte fruto da autoconsciência de que fumar não era uma coisa boa, ele poderia ter parado de fumar naquele dia e provavelmente teria vivido mais e com melhor saúde!

Notas:
ilustração do barco a vapor por Galeria Brasil
ilustração do "É proibido fumar" via Renata Nogueira

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Até agora nada deu certo como planejamos

Tem dia que a gente levanta de uma maneira em que nada dá certo, pensei que o eletricista viria arrumar o aquecedor de água quente no banheiro da Claudia e mudar a tomada do fio elétricao que fornece eletricidade para o aparelho de recepão da internete por radio, ele só olhou o serviço e não voltou mais, fiquei sozinho, não fiz nada de útil esperando para dar assistêcia ao mesmo.

Agora o que fazer, está quase na hora do chá da tarde ou do chimarrão, penso que hoje será apenas com a compania dos meus oitenta e tres anos de idade, já é alguma coisa, assim terei tempo para pensar no futuro e recordar o passado, sabem que velho pensa muito!

Ainda mais no meu caso, meio surdo, para entender o que estão falando, a pessoa que fala tem que se dirigir diretamente para mim, com voz pausada e boa dicção, senão vem a velha pergunta do surdo: o que foi que tu disseste?

Está uma tarde muito bonita, mandei o Mazzetto concertar a cerca para o gado do Mário não chegar perto do reservatório de água que vem para as casas, eles sabem que eu gastei uma porção de madeira, arame farpado e dinheiro, para isolar do gado o resevatório de água e o mato que o circunda, mas se eu não mando fazer a revizão ele não vai, a vida de administrador é fogo, mandar pessoas assim..., meu pai sempre dizia: a ingnorância é que astravanca o pogresso!!!

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pai de filhos chegando à terceira idade

Sabem que eu não me lembro! Será que isto acontece com todos os que passam dos oitenta! É exame pra cá hoje, é exame pra lá amanhã, parece uma roda viva, não para nunca, isso que os médicos dizem que eu estou muito bem, que nem parece que eu tenho esta idade, imagina só quando eles falam que você está mais ou menos, ou pior ainda, quando eles falam: É a coisa está braba...

Este assunto apareceu por causa de um email que um amigo me mandou sobre a terceira idade (ele já está dentro dela), que pena, um rapaz tão jovial, alegre, está dentro daquilo que ele diz que a terceira idade é, o inicio dum velho casmurro (nada a ver com o livro Dom Casmurro).

Engraçado, nunca imaginei escrever tais coisas, mas de repente por causa de um lembrete, neste caso um email, cá estou jogando letras fora, como um escritor de novela que não sabe como desenrolar o novelo, aí bota uma atriz nova, pula de assunto, que barbaridade diz o gaucho quando o cavalo se assusta dá uns pinotes e derruba a comadre no chão. Está chegando na hora do chimarrão, vou parar de escrever bobagem e vou para os finalmente (CHIMARRÃO).

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Dia 06 de agosto de 2009

Hoje a Gladis me trouxe um computador para eu experimentar a temperatura do quarto do Henrique e comparar com a do porão onde está localizado o meu computador.

O problema da troca é o frio que faz no porão, causador da Herpes, que me atacou a cabeça (lado esquerdo), durante o mês de maio do corrente ano

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domingo, 2 de agosto de 2009

Tentativas de compra do Sítio Franck


dia 05012003: Estou aqui porque o sol está muito quente lá fora. São 15:10, portanto faltam 60 minutos para eu descer e começar o chimarrão!

Hoje esteve aqui, um casal interessado na compra de uma área de terra, para fazer uma casa para morar. A Gladis e a Claudia estavam comigo e disseram que não. Ele era um tocador de violão num conjunto, estava estudando com a mesma professora que dava aula de piano para o Isaias e ela era aluna da Gladis, queriam comprar dois hectares para resolver o problema dos cavalos, mas não tinham dinheiro para pagar o que estávamos pedindo. Tem gente que quer resolver seus problemas a custa dos outros, PODE?!

Anteriormente, esteve aqui outro casal com a mesma finalidade, escolher e comprar uma área de terra para fazer uma moradia. Já imaginaram com que área de terra ficaríamos se cada um que viesse aqui escolhesse os dois hectares de que mais gostassem?

Também um amigo veio falar comigo sobre a compra de uma área de dois hectares para seu filho fazer uma casa, de imediato aceitei a idéia, fomos caminhar para escolher a localização do dito cujo, do lado de cima da estrada em frente a nossa casa. Mas esse lugar não serviu para ele, no lado de baixo, morro acima também não, queria entre a nossa casa e a do Marcus, mas lá o Ércio já tinha escolhido o dele e o que sobrava não dava os dois hectares. Conosco não deu negócio, mas ele acabou comprando um belo terreno no loteamento Santo Antão.

Daí em diante, outros compradores apareceram, mas todos se achavam no direito de fazer o preço da área a ser adquirida, além de quererem escolher a que melhor lhes aprouvesse. Isso é o que geralmente fazem com agricultores que querem morar na cidade ou porque já juntaram um dinheirinho que está rendendo juros ou porque se acham velhos para trabalhar na roça. Assim entregam a propriedade por qualquer preço, o que não é o nosso caso.

Apareceu também um advogado casado com uma médica, que foi colega de turma do Marcus. Gostaram muito da casa do Marcus e se ele vendesse comprariam. Eles parecem gente boa e não tem pressa para fazer o negócio. Porém, gente bonita não paga, mas também não leva! Não sou bom vendedor, mas também não sou “dador”!

Todos os outros que não compraram foi por acharem o preço que pedimos muito alto.

O lugar em que moramos é o resultado de 52 anos de trabalho sem parar para finalmente chegar ao paraíso que estamos vivendo no presente. Não dá para dar de presente! Antes de fazer preço definitivo para vender um pedaço do paraíso, temos que conversar com todos os herdeiros, porque as mulheres são mais humanas e, como vendedoras, não são muito boas, sempre acham que a mercadoria que elas tem para vender pode ser oferecida por um preço menor. É por isso que a grande maioria dos vendedores de terra é do sexo masculino, porque os homens tem cara de pau e, geralmente, pedem muito mais do que vale, enquanto que as mulheres são justamente ao contrario.

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