terça-feira, 22 de dezembro de 2009

SÍTIO FRANCK

Sitio Franck 1952
A história do Sítio Franck começou lá pelos idos anos de 1951, quando meu pai, ajudado pelo meu cunhado, compraram esta propriedade (naquela época eu era apenas estudante de Agronomia, por isto não pude ajudar na compra, pois não tinha dinheiro ganho por mim).

Esta propriedade, passou de agrícola produtora de leite, uva e noz pecã, durante trinta anos,para moradia da familia (SÍTIO FRANCK). Ajardinado e com cinco moradias e galpões,
tem uma área aproximada de cinco hectares, tem ainda uns cinco hectares de potreiros os retantes vinte e cinco são constituidos de mata atlântica.

Moramos aqui eu e a Marice, no casarão, que ainda tem lugar para acomodar a Claudia e familia e o Cesar e familia. Na casa da porteira mora o Mazzetto e familia (caseiro), na casa ao lado do casarão a Renata e o Ivan, na outra casa a Gladis e o Isaias e por último, na mais afastada (mas dentro dos limites urbanisados do sitio) a do Marcus e Jaqueline.

Há tempos atrás, aqui era conhecido como a casa dos cachorros, chegamos a ter três grandes e dois pequenos, faziam uma barulheira dos diabos, pois era para isto que eles eram criados e sustentados por nós.

Chegamos a morar em nove pessoas no casarão, meus pais, minha irmã, nós e quatro filhos, parecia a 25 de março num fim de semana, junta nisto os amiguinhos de colégio que a nossa gurizada trazia para cá, geralmente para estudarem juntos.

Agora o Marcus e a Gladis inventaram de criar ovelhas, estamos criando, já são dezenove, é bonito de vê-las pastarem agrupadas, aonde vai uma, as outras vão atraz, é uma sociedade unida que dá gosto ficar apreciando, quando chegar a 100 vai ficar mais bonito ainda, elas vão ser as máquinas de cortar grama, nossos gramados vão estar sempre que é uma beleza.

Como é bom morar aqui fora e pertinho da cidade, são apenas cinco quilômetros pela estrada
pavimentada, tem ávores de todos os tamanhos, flores o ano inteiro, o ar é diferente daquele da cidade, não tem coisa melhor doque estar sentado no alpendre tomando chimarrão e vendo a chuva cair ou as ovelhinha pastando. Nas horas de vento, o farfalhar das árvores é uma música só igualada por uma boa orquesta sinfônica executando Beethoven.

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A idade escolar


Quando chegamos a uma idade em que começamos a pensar, a primeira coisa que nos vem a cabeça é: gostaria de ser como eles que tem mais de seis anos e vão para a escola, brincar com os outros guris, aprender a ler e escrever, fazer contas e ler livros de história.

Mas quando chegamos lá a coisa muda de figura, que chato, a gente não tem liberdade, passar a manhã inteira dentro daquela sala de aula, com a professora tomando lição de português, matemática (taboada), história, etc., não se vê a hora de retorno à casa, tirar aquela roupa de colégio e botar aquela que usamos para brincar na rua.

Ledo engano, pois logo ouvimos a vóz da mamãe dizendo: primeiro as obrigações escolares e só então pode ir para a rua brincar (isto era no meu tempo, década de 30 e 40, porque hoje tem o computador, ainda bem, pois a vida na rua está muito perigosa (roubos, sequestros e tranzito).

Quando chegamos na idade em que já sabemos ler, escrever ( escrever em cadernos com linha dupla para que as memas saissem bem parelhinhas e legíveis, senão a professora mandava repetir o tema) e fazer contas aí vamos compreeder que estudar requer muito mais tempo da gente, e o tempo de lazer vai ficando cada vez menor e isto vai até a formatura e depois mestrado e depois doutorado, mais cursos de especialização nisto ou naquilo, aí então vem o trabalho propriamente dito, as responsabilidades familiares, aposentadoria... mas sempre é melhor rindo do que chorando!!!

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

EU ATÉ QUE SOU UM HOMEM LETRADO........


Eu até que sou um homem letrado, mas quando vou escrever as letras me fogem, esta foi a cena que eu encontrei no cartório eleitoral lá em "PORTO ALEGRE" (Porto Alegre merece ser escrito com letras em destaque, já foi o melhor lugar do mundo, na época em que lá morei, viva aquele Porto Alegre antigo, dos bondes, dos barcos fluviais atracando no cais do porto, da rua da PRAIA onde as gurias (mocinhas) desfilavam aos domingos, mostrando todo o seu encanto de jovens gaúchas)

O homem de que falo era um senhor negro, trajando um terno azul marinho muito bonito, camisa branca com uma gravata vermelha bem postada no colarinho, modos respeitosos e gestos de uma pessoa bem educada, mas na HORA DE ASSINAR O NOME A COISA PIORAVA E A CANETA NÃO SAIA DO LUGAR, então pela insistência do funcionário do cartório para ele assinar no lugar devido do pedido do título eleitoral, ele repetia: moço EU ATÉ QUE SOU UM HOMEM LETRADO, MAS NA HORA DE ESCREVER AS LETRAS ME FOGEM.

Fiz o pedido para receber meu título eleitoral, mas aquele homem de mais ou menos dois metros de altura, pesando uns cento e vinte quilos,cabelos bem cortados, unhas aparadas,por lá ficou tentando pegar as letras que tinham fugido, ainda bem que com as minhas não aconteceu o mesmo.
São coisas que só quem tem a minha idade tem para contar.

Fonte da Ilustração: O Atelier 302

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Vamos falar das ovelhas que nós resolvemos criar:

Primeira Etapa: O primeiro que comprou, com nossa licensa para criar aqui no SÍTIO, foi o Mazzetto, comprou cinco, mas uma logo deu cria, portanto ficou com seis, ganhou do seu cunhado mais uma, ficou com sete, uma outra também deu cria, portanto ficou com oito, até agora eram só fêmeas, então comprou um machinho ficando finalmente com nove ovelhas.

Primeira recomendação: segurá-las fechadas por um dia, dar um pouco de ração antes da noite e soltá-las no outro dia de manhã. Antes da noite, botar um pouco de comida no reservado para elas passarem a noite, para acostuma-las a vir dormir sempre no fechado. Fez errado, deu comida de manhã e soltou-as, até agora não conseguiu mais fechá-las durante a noite.

Segunda etapa: Nós os proprietários compramos dez filhotes de ovelha para carne, do Sergio Caprara, por enquanto vieram sómente seis, as outras estão por chegar, espero que não demorem, mas em matéria de manejo, fizemos certo com elas,botamos um pouquiinho de ração antes da noite, parece que está dando certo, só que elas estão tendo uma certa dificuldade de se enturmarem com as do Mazzetto. As mais velhas não estão querendo a aproximação das novatas, espero que com o tempo tudo se normalize.

Nunca criei ovelhas antes, não sei nada sobre o assunto, pretando aprender, os oitenta e tres anos de idade não serão impecilio, como é bom poder trabalhar, porque o resto vem depois, são onze horas e vinte minutos, está na hora do velho (não muito) ir para a cama.

Só quem tem muito tempo de sobra para perder, para perde-lo lendo o que estou escrevendo, mas o que me importa é ter o que fazer!!! ABRAÇOS...

fonte da imagem das ovelhas: Fotoplataforma

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

CURICACA É O NOME

De uns tempos para cá tem aparecido algumas aves silvestres não habituais na região, CURICACA é uma ave de porte grande, bico próprio para se lalimentar de insetos que vivem nos gramados (é carnívoro), minha descrição não é científica (é visual), possue cores bonitas (claras e escuras) numa bela combinação.

Engraçado como animais silvestres se acostumam com o ser humano, este casal que apareceu por aqui já está habituado com Mazzetto cortando grama bem perto onde eles estão se alimentando e nem por isto se assustam, continuam na faina como se nada estivesse acontecendo alí por perto.

Além das kuricacas apareceram outras aves de cor preta, um pouco menores do que as primeiras, parecidas com orubús, mas de bico fino como as Kuricacas e se alimentando também de insetos que vivem nas gramíneas. São os Maçaricos Pretos.

Hoje à tarde no horário das quatro ás cinco (hora do chimarrão), estávamos nós sentados, a Marice o Isaias e eu, observando o bicharedo que estava se alimentando alí por perto: as Curicacas, os Maçaricos pretos e as ovelhinhas, como é boa esta vida que temos, morando num lugar como o nosso (pelo menos por enquanto, não podemos afirmar até quando), mas enquanto durar vamos aproveitar esta maravilha que o PAI nos proporcionou e cuidar dela com muito carinho e amor.

Fonte das Imagens:
1 – Curicaca Olhares.com
2- Maçarico: blog do Silvio e da Ana

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A VIDA DE COMANDANTE


O nome Porto Gomes, era devido ao nome do dono daquelas terras: GOMES, o mesmo acontecia com Porto Mariante, cujo proprietário era da família MARIANTE.

O piloto do vapor Bom Retiro também morava em Porto Gomes e às vezes pedia para ficar lá em casa, meu pai fazia também o serviço dele e ia rio acima buscar carga. Ainda me lembro que uma vez, enquanto nosso pai dirigia o barco, eu e minha irmã Cecy viajamos sentados na cama do piloto, que ficava na mesma cabine com o comando do motor e do leme. Nós ficamos quietinhos todo o tempo que durou a viajem, ida e volta, que aventura, pelo menos para mim, pois a Cecy já estava acostumada.

Meu pai era um homem respeitado e muito bem quisto por todo o lugar por onde passava. Como a minha história pessoal se passou, em parte, nos mesmos lugares onde meu pai viveu, muitas aventuras se repetem, apenas mudando o personagem central, meu pai ou eu.

Do Bom Retiro meu pai foi transferido para o vapor de nome Rio Grande, onde ficou por pouco tempo, pois logo chegou a Taquari o vapor “Osvaldo Aranha,” que já estava prometido para ele.

O Osvaldo Aranha era o maior barco da Companhia Arnt e usava como combustível a lenha de eucalipto para esquentar a água da caldeira que produzia vapor para movimentar os pistões da máquina que fazia o barco navegar pelo rio.

A capacidade do Osvaldo Aranha era para cem passageiros, mais cem toneladas de carga aproximadamente. Além da carga e passageiros viajavam quinze tripulantes (comandante, piloto, maquinista, foguista, despenseiro e tripulantes para carga e descarga). Era um barco muito bonito, fabricado na Alemanha, atravessou o atlântico navegando para enfim chegar a Taquari.

Navegava silenciosamente e quem viajava nele tinha ampla visão das margens do rio. À parte de baixo era reservado às cargas, máquinas, e acomodação dos marinheiros. Na parte do meio ficavam o refeitório, a acomodação dos passageiros, a administração e a acomodação do comandante, e outros oficiais, a cozinha e a dispensa, ficavam do outro lado da parte do meio, e a carga no convés da proa.

Na parte superior havia a roda para movimentar o leme e o comando do motor de tração, dentro da cabine do piloto, e mais atrás, as cabines para os passageiros da primeira classe.

Quando navegava a noite, ele ia todo iluminado, contrastando com o leito escuro do rio. Isso formava uma visão muito bonita e alegre. Era gostoso vê-lo chegando ao porto nas noites de verão, com os passageiros e os que os esperavam em manifestações de alegria. Era a vida daquele povo em mil novecentos e trinta.

Meu pai, como comandante, era o responsável pelo bem estar dos passageiros, pelas boas condições das mercadorias transportadas e pelo manifesto feito por ele. O manifesto era um documento onde tudo era anotado em relação aos passageiros e a carga (locais de embarque e desembarque, também se registrava o tipo de carga).

No embarque ele recebia ou mandava seu ajudante, o meu tio Lico, receber as passagens, isso era fácil porque os passageiros entravam um a um pela prancha, que era uma tábua grossa de 30 centímetros de largura, ligando o barco à plataforma de embarque, na margem do rio ou “PORTO.”

Além do respeito dos donos da companhia ele tinha a confiança dos usuários, para transportar familiares menores de idade e idosos, sem o acompanhamento dos responsáveis da família, bem como de vultosas quantias em dinheiro e outros valores. Outra coisa comum, quando chegava a Porto Alegre, era fazer compras encomendadas pelos moradores das cidades ribeirinhas.

Através dos seus minuciosos registros, meu pai mantinha tudo controlado e por isso era o melhor comandante da companhia. Assim, seguidamente, o seu Leopoldo, dono da Companhia Arnt, chamava meu pai para aconselhar-se sobre algumas providencias referentes à companhia. Depois de certo tempo, não fazia nenhuma mudança sem antes consultar a opinião do meu pai.

Nota: a fotografia mostra, da esquerda para direita, encima  Cecy (filha), Marice (nora) e Jacy (filho). Embaixo, Claudia (neta caçula), Gladis (segunda neta), Anna Almira (esposa), Cesar (terceiro neto), Eugênio e Marcus (neto primogênito)

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

TENTANDO ENTENDER.........


As coisas nem sempre vem como a gente quer, as vezes por mais que se busque um determinado objetivo, não conseguimos, então por um acaso qualquer, aquilo que tanto queríamos, nos aparece pela frente sem que se tenha corrido atrás, justo no momento em que já estávamos completamente desinteressados por aquela idéia.
Voltamos ou não voltamos eis a questão! Se a ideia for muito boa, voltamos, mas poucas vezes isto acontece, uma ideia abandonada depois de um grande esforço não alcançada, fica geralmente descartada para sempre, pois a decepção exerce forte influencia em nosso ser.

A maioria daquilo que se procura com afinco, são satisfações pessoais, como respeito pelos pais, pelas outras pessoas, pela natureza e pelo saber. Os anos que a gente dedica estudando são um testemunho vivo da procura pelo saber. O saber para o bem comum é uma beleza.

O saber pelo saber nos traz problemas como bombas atômicas, metralhadoras, exércitos onde se aprende a matar semelhantes, destruir coisas feitas pelo bom saber como cidades, hospitais, escolas, jardins...., que tristeza pensar que pessoas usam o saber só para destruir....Espero que, algum dia, a humanidade estude só para fazer o bem!!!

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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

COMO É DIFÍCIL CHEGAR ATÉ ESTE ESPAÇO.


Meu computador estava apresentando alguns problemas, então resolvi chamar um especialista em eletrônica para resolve-los, foi o pior que podia ter feito, o rapaz usou discos piratas para resolver o problema, não só não resolveu os já existentes, como criou outros.

Aí veio o segundo, resolveu a parte de comunicação entre a antena (via rádio) e o computador, esta parte ficou boa, aí chamamos o terceiro para resolver os problemas do computador propriamente ditos (um rapazinho da colônia que estudou eletrônica), parece que agora vai...

O problema é que eu fiquei mais de mês sem mexer em certos trecos desta "máquina infernal" e agora estou apanhando mais do que boi ladrão, imaginem um velho que nunca foi muito bom de memória, dá uma parada destas num treco que veio a aprender depois de velho, a coisa agora vai demorar eu sei, mas me chamam de teimoso, vou mostrar para este troço que um dia chego lá.

A maior dificuldade que eu estava achando era chegar até este espaço, quando colocava meu email e depois a senha, o computador recusava, de cada vinte vezes ele aceitava uma, dava pena de ver o ZÉ tentando e tentando como agora, até que deu e como deu!!! jacy

Fonte da ilustração: Vale de Cambra

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domingo, 8 de novembro de 2009

A PORCA, A MANDIOCA E A ABÓBORA!


O irmão mais velho de minha mãe se chamava JOÃO, então para mim era o tio João. Ele era um homem muito bom, era casado e tinha um filho e três filhas.

O tio João herdou a propriedade do vovô Delfino[1] e continuou com as mesmas atividades agrícolas: vacas de leite, milho, feijão, mandioca, aipim, arroz, frutas (quase só laranja), criação de galinha e porcos para banha. Cavalo ele tinha um ou dois (não me lembro quantos). Vacas de leite, no potreiro, só eram presas na hora de tirar o leite, o galinheiro era no galho das laranjeiras, a mangueira dos porcos era fechada com lajes em pé (um metro de altura) e mais três fios de arame farpado em cima. Ele alimentava os porcos, atirando espigas de milho através do cercado.

A sua porca mais velha era muito grande, e estava para dar cria. Um dia ao alimentar os porcos, perto do período em que ela deveria parir, a primeira coisa que notou foi à falta da porca velha, e logo saiu a procurar, primeiro no cercado, onde achou um rombo na direção da roça de mandioca.

O tio João seguiu na direção da roça de mandioca e qual não foi à surpresa dele, em lá chegando, ao encontrar um enorme buraco junto a um pé de mandioca! Ele examinou o buraco e constatou que era muito fundo e largo. Enfiou-se pelo buraco adentro e foi até um pedaço, quando perdeu o “folgo”[2] então retrocedeu e como já era tarde, foi para casa se lavar, jantar e dormir.

No dia seguinte, um compadre dele, que morava do outro lado do rio Taquari, atravessou o mesmo e veio dar a notícia para o tio João, que a porca tinha dado cria dentro de uma abóbora lá na roça dele! Então meu tio João pegou a canoa e foi ver o que tinha acontecido.

A porca tinha começado a roer uma raiz de mandioca (das grandes), e como estava com muita fome, foi roendo, roendo (e como continuava com muita fome), continuou roendo, e quando terminou a raiz de mandioca se achou no meio de uma plantação de abóboras.

Lá na roça de abóboras, como a fome da porca continuava, ela passou a roer uma abóbora grande, até que notou que ia dar cria, e, como estava fora de casa, aproveitou o buraco na abóbora e começou a fazer seu próprio ninho roendo o miolo da abóbora e indo para dentro. Lá mesmo deu cria a trinta e dois leitões grandes e saudáveis.


Quando o tio João chegou na roça do vizinho do outro lado do rio Taquari, o trinta e dois leitõezinhos já estavam mamando, cada um na sua teta (bota teta nisto). O resto da história descreve a trabalheira de trazer tudo de volta para o lado de cá do rio!

NÃO ACREDITAM???!!!!
Pois quando eu era pequeno, meu tio João costumava me contar esta história, e pela cara dele, eu achava que era verdadeira, porque então vocês não vão acreditar também?

Notas:
[1] Esta propriedade ficava numa localidade chamada de “beira do rio”.
[2] “folgo” forma como meu tio falava a palavra fôlego.


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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O dia em que o lobisomem se deu mal!

O personagem desta história é verdadeiro e eu o conheci em atividade. Sua profissão era furar poços para a obtenção de água potável. Ele fazia tudo manualmente com picareta, picão, pá de concha e uma corda com um balde na ponta para tirar a terra escavada. Sempre era ele quem entrava no buraco para escavar e o seu ajudante só puxava a terra para fora.

Ele era um homem grande, tinha quase dois metros de altura e a mania de pregar peças nas outras pessoas e, por causa das maluquices que fazia, recebeu o apelido de Dico Maluco.

Vou contar uma dessas suas maluquices:

Numa noite de verão, ele vestiu um lençol branco por cima e foi dar uma de assombração, casualmente foi assustar o tio da minha mãe (tio Finga), que tinha ido com a esposa, fazer serão na casa de um vizinho. Quando meus tios-avós estavam voltando para a sua casa, eles foram surpreendidos por um vulto branco que surgiu da beira do caminho, rugindo como um bicho. O tio Finga era de baixa estatura, mas valente, tirou a faca que carregava na cintura para enfrentar o que julgou ser um lobisomem.

A faca prateada brilhou com a luz da lua e vendo aquilo o “lobisomem” bateu em retirada, mas o cachorro que era companheiro do tio Finga começou a correr atrás da “assombração”.

Assim, o lobisomem corria na frente com o cachorro e o tio Finga atrás dele. Depois de um tempo o tio Finga parou, mas o cachorro continuou, seguindo por um caminho cheio de espinhos. Em determinado ponto, havia tanto espinho por onde estavam passando que o cachorro desistiu e voltou, mas o Dico Maluco continuou correndo! Ele ficou com a roupa toda rasgada e o corpo “em petição de miséria” e deste dia em diante nuca mais quis bancar o lobisomem, mas continuou fazendo outras maluquices!

Fonte da ilustração: Alpha Brinquedos

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sábado, 10 de outubro de 2009

A reforma depois do incêndio

Tudo começou por não ter paciencia e esperar que o fogo do fogão a lenha acendesse lentamente, foi aí que o Cesar tentou adicionar mais um pouco de fluido (álcool) para aligeirar a combustão...

O fogo voltou pelo esguicho e pegou no reservatório de combustível, neste momento o reservatório foi largado no chão, o Cesar chutou-o em direção a porta da rua, aí foi que houve o grande problema, a porta estava chaveada e não conseguiam encontrar a dita cuja da chave. Só quando a Claudia levantou foi que a chave foi encontrada, pois tinha sido ela que havia chaveado a porta e guardado a chave.

Neste intervalo houve um pricípio de incendio, sapecando alguns móveis e iniciado a queimar o decorflex que sevia de piso, a sorte foi que ninguem se machucou, eu só fiquei sabendo do oocorrido depois do fogo apagado, pois estava no bom daquele soninho da manhã.

Ontem terminamos a reforma (tirar o piso velho queimado, móveis sapecados " male male"), esta peça tem nove metros de comprimento por quatro de largura e tem tres ambientes:cozinha, sala de jantar e sala de estar.

Tudo ficou mais bonito do que antes, valeu a pena o susto e o custo da reforma, hoje a tarde tomamos chimarrão sentados na sala de estar em compania da Gladis e do Isaias, além do chimarrão (erva ecológica), o papo estava muito bom!!! ABRAÇOS...

fonte da ilustração: Sonetos ao Luar

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terça-feira, 29 de setembro de 2009

O TEMPO

Eu perguntei ao TEMPO: de onde vens, para onde vais? E o TEMPO me respondeu: eu não vim e nem vou! EU SOU!!! Tudo nasce e morre em MIM!!!

Por mais que se viva (Matusalém), acabamos morrendo, mas o TEMPO continua o mesmo, como agora, alguns nascem e outros morrem no tempo frio, mas ELE continua o mesmo, para ELE não existem quatro estções, pois ELE não é só da nossa terra, é de todo o universo, que nasceu NELE, mas não se sabe quando terminará, mas será sempre NELE.

Desculpem, quis dar uma de filósofo, mas acho que saiu uma porcaria, pelo menos dá para dar alguma risadas do velho blogueiro que escreveu isto.
Tenho lido comentário lisongeiros a respeito das porcarias que escrevo, mas meu objetivo é aprender a escrever, para algum dia poderem ler sem que isto seja uma perda de TEMPO! Pelo menos não muito. ABRAÇOS...

fonte da ilustração: http://vitoriabernardi.wordpress.com/2008/12/

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domingo, 27 de setembro de 2009

Eugênio Franck: MERCADOR e “COMANDANTE DE VAPOR”

Em 1928 meu pai recebeu uma proposta da companhia Navegação Arnt, para comandar um barco que estava para chegar da Alemanha, para fazer o percurso entre Taquari e Porto Alegre, por isto nos mudamos para cidade de Taquari, onde ficamos morando por alguns meses.

Enquanto esperava o barco chegar, meu pai assumiu as funções de secretário do Partido Libertador da região do alto Taquari (Taquari, Estrela, Lajeado, Roca Sales, Venâncio Aires e Encantado), mas em três meses se demitiu, pois não agüentou a politicagem.

Como a chegada do barco que vinha da Alemanha estava demorando, ele aceitou comandar o “Bonretiro”, um barco pequeno movido por um motor a gasolina, com uma hélice colocada na parte traseira.

Como a movimentação deste barco se fazia principalmente entre Taquari e Roca Sales, meu pai achou por bem se mudar para Porto Gomes. Morando lá neste lugarejo, ele comandava o Bom Retiro e cuidava do armazém do porto, o movimento das mercadorias era praticamente o mesmo daquelas do porto Mariante, que ficava a um quilômetro de distância. As características de armazenagem eram semelhantes, havia um depósito na barranca do rio, e duas machambombas (a upa e a cupa) para transportar as mercadorias dos barcos para o armazém e vice-versa. O tipo de mercadorias também era semelhante.

Quanto à minha mãe, além dos afazeres normais de uma dona de casa, cuidava do salão de festas da sociedade local, tinha uma horta caseira e costurava para fora.

Médico só tinha em Taquari, Estrela ou Lajeado, desta forma a maioria das doenças mais simples, tais como gripe, sarampo, coqueluche, entre outras eram curadas com remédios caseiros. Assim além de todo o trabalho, os pais tinham que ser médicos também.

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domingo, 6 de setembro de 2009

EUGÊNIO CARPINTEIRO, MERCADOR E ECÔNOMO!

Carpinteiros e ferreiros produzindo roda de carroça(Alandroal)
Na carpintaria meu pai fabricava carroças e pequenos barcos de diversos formatos, alguns para sustentar balsas, que serviriam para transportar gente e animais de um lado a outro do rio, nos lugares mais baixos, as balsas eram impulsionadas por remo e à vara.

A maior parte das canoas que ele fabricava era para pescadores, os peixes mais procurados pelos pescadores eram: Dourados; Piavas; Traíras; Pintados; Jundiás; Lambaris e outros.

Nas carroças, as partes de madeira eram todas confeccionadas manualmente, incluindo a parte central da roda. O torno para produção da roda era tocado a pé, pois não existiam motores para aquele tipo de máquina (veja imagem acima). As ferragens eram todas feitas manualmente por um ferreiro, que, neste caso, era o meu tio Augusto, irmão do meu pai.

Além das atividades de carpintaria, meu pai começou a tomar conta do armazém do porto Mariante, onde se faziam carga e descarga, das mercadorias que circulavam de barco pelo rio Taquari. O armazém do meu pai ficava à beira do rio e estava a uns 20 metros do seu leito normal, mas durante as enchentes, suas águas subiam barranco acima, até alcançar a base do porto.

Para carga e descarga das mercadorias para os barcos, eles usavam uma parafernália chamada “maxambomba” constituída por duas plataformas que desciam e subiam por trilhos. O mecanismo era tracionado por uma mula que movimentava uma roda, onde estava preso um cabo ligado as duas plataformas, enquanto o “upa” subia o “cupa” descia.

O movimento maior de carga era destinado a Porto Alegre: Erva-mate, fumo em rama e folha, alfafa, carne, banha e embutidos de porco, além de galinhas vivas dentro de capoeira.

A madeira era transportada em balsas rio abaixo durante as cheias. Essas mesmas balsas eram puxadas por barcos a motor nos períodos de seca.

Para o interior o movimento maior era de farinha de trigo, sal, açúcar, café, cimento, cal hidratado, fazendas, louça, etc.

Estes barcos eram de transporte misto, pois carregavam passageiros também. Aliás, esse era o único meio de transporte entre aquela região e a capital. Os passageiros ocupavam a parte de cima do barco e as mercadorias iam no porão.

A carga ficava armazenada no porto, até o primeiro cargueiro da companhia chegar. Lembro-me perfeitamente, que meu pai colocava minha irmã, sentada nas pilhas de fardo de alfafa, e depois pedia para ela se atirar que ele aparava (ele também jogou de goleiro nos times de futebol que formou!).

18 05 1926 é uma bela data, sempre digo: MAIO é o melhor mês do ano, dezoito fica na região central do mês, e vinte e seis está no início do século. Sou uma pessoa privilegiada até na data do nascimento, com os pais que tive, com a irmã e com a família que consegui formar! Creio que não decepcionei o seu Eugênio e a dona Anna.

Esta etapa da vida do pai foi de muito trabalho, cuidando do armazém, fabricando carroças e barcos, atuando como ecônomo do clube e, principalmente, sendo um ótimo pai!

Nota:
Fonte da imagem de construção de barco - Cidade Surpreendente

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Menina e o Boi da Cara-preta.

Quando nós morávamos na praia, em Taquari, havia um paradouro de tropas de boi junto à foz de um arroio, que desaguava no rio Taquari (do qual não me lembro o nome). Estes bois, que ficavam no paradouro, eram transportados para o outro lado do rio no município de Santo Amaro, através de balsa (o mesmo tipo de balsa que meu pai fabricava quando morávamos em Porto Mariante).

Este paradouro também servia para receber tropas que vinham de Santo Amaro para Taquari. A balsa era relativamente pequena e, conforme o tamanho da tropa de bois, ela tinha que fazer várias viagens.

Foi numa destas ocasiões, com uma tropa que estava sendo transportada para Santo Amaro, que estorou a boiada e se espalhou por toda a vila da praia, alguns se embrenharam num matinho, que ficava junto ao campo de futebol do Praia Futebol Clube.

Um deles, um boi preto, muito mal encarado, debandou e conseguiu furar o cerco da gauchada, mas eles foram atrás e toca daqui e toca dali, conseguiram ir trazendo, pela rua onde nós morávamos. O bicho vinha devagar na direção do paradouro, espiando para ver se encontrava um furo de fuga, (o muro que cercava nosso pátio era alto e bem fechado, com um portão de tábua junto à casa), foi num momento de coincidência, que o boi procurando fuga e minha irmã por curiosidade, chegaram ao mesmo tempo no portão, minha irmã abriu o portão justamente no momento em que o boi metia o focinho no mesmo!

A sorte dela foi que o portão ao abrir, raspou no chão e fez um barulho que assustou o boi. ASSIM COMO CHEGARAM JUNTOS, FUGIRAM JUNTOS, UM PARA CADA LADO, mas que susto!

Finalmente, o danado do bicho foi reunido ao restante da tropa e transportado para o outro lado do rio. Este episódio da vida de minha irmã foi falado e comentado por muitas vezes, quando se reunia a família.

MINHA IRMÃ, QUE O PAI TE PROTEJA ONDE ESTIVERES.

Fonte da ilustração:
1- Aplicando o Lúdico

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Viajando pelo mapa

Uma certa ocasião, quando eu estava trbalhando na corsan (compania riograndense de saneamento), estava com o mapa do rio grande do sul em cima da mesa, estudando os pontos em que a compania tinha reservatórios ou rios para a captação de água, para tratamento e posterior fornecimento às cidades próximas, um engenheiro da mesma compania, passou pela frente da minha mesa e perguntou, ué, estás viajando pelo mapa?

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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Uma aventura mal sussedida


Nós morávamos há seis quilômetros da cidade e fui matriculado numa escola particular, estava com doze anos de idade, a escola funcionava no sótão da casa dos Costa e Silva, dirigida pela professora dona Sofia da Costa e Silva, prima da minha mãe (irmã do general Costa e Silva, que presidiu o Brasil durante um peíodo da ditadura militar).

A única condução posta a minha disposição foi o cavalo baio, então todas as manhãs eu encilhava o pingo e lá me ia para a escola, quando chegava na cidade, amarrava o cavalo no pátio da casa da tia Maria, (irmã da minha mãe), as três quadras que faltavam eu ia a pé.

Das oito às onze e meia, aulas normais e das onze e trinta ao meio dia aulas de piano, (o piano ficava no primeiro andar, bem de baixo da cadeira onde a professora se sentava para dar aula), quando eu cometia um erro nos exercícios ela dava o sinal para repetir batento com uma bengala no chão do sotão.

Num dia "X", quando ia saindo pelo portão dos fundos do pátio, onde estava amarrado o cavalo baio, apareceu o filho da Genesia (não sei o nome do guri) e me convidou para dar um giro pela cidade, afinal contas, perder um dia de aula não era o bicho, então lá fui eu em compania dele...

...o que eu não sabia era que ele nunca freqüentava aula nenhuma, quando chegou perto do meio dia, fui pegar o cavalo e os livros para ir para casa e de sobra levei o diabo na garupa (história parecida...),mas a tia Maria mandou que eu entregasse um bilhete para a minha mãe, ao chegar em casa eu ainda disse, olha só quem eu troxe para brincar comigo!

Ao lerem o bilhete, ficaram sabemdo que eu tinha gazeado a aula, meu pai me passou um sermão (me explicou o que representava O ESTUDO na vida de uma pessoa). MANDARAM EU REENCILHAR O BAIO E LEVAR O GURI DE VOLTA PARA A CIDADE.

Meu pai era daqueles que preferia converçar e explicar do que bater. POR MAIORES QUE SEJAM OS MOTIVOS PARA UMA GUERRA, A PAZ SEMPRE SERÁ MELHOR.
Por causa desta aventura, levei um carão em casa, fiquei sem almoço (o troço me engasgou de tal forma que eu não seria capaz de emgulir nada mesmo), um carão da professora, vergonha da tia Maria... Enfim, UMA AVENTURA MAL SUSSEDIDA...

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domingo, 16 de agosto de 2009

07/05/2003 O DIA A DIA


Ontem escrevi algumas ocorrências, mas não salvei adequadamente, pois não dei o nome do arquivo, razão porque não fiquei com nada para chamar o que tinha escrito. Talvez até exista uma maneira de recobrar o perdido, mas até ai eu ainda não sei.

Tem horas que eu sinto dificuldade de enxergar nitidamente, com as lentes de enxergar longe, aqui no computador, embora as letras que estou usando sejam de tamanho grande, mas a Marice também se queixou da mesma coisa, acho que temos que fazer lentes para meia distância, ou seja, para nem tanto nem tampouco, e ai, quem quiser entender que se espiche!

Cada um cada qual, não foi para isto que o estudo serve? Porque,estavam esperando que eu ia entregar a solução de mão beijada? Vão puxar pelos miolos se quiserem! Também o que está escrito vale tão pouco, que não vale a pena. A gente pode continuar uma coisa que foi escrita há bastante tempo, tanto que nem me lembro quanto, mas se é para dizer, ou melhor, escrever bobagem, qualquer tempo é tempo.

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sábado, 15 de agosto de 2009

Mais dois causos com meu pai.

Causo 1 - O VAPOR OSVALDO ARANHA:

Quando meu pai assumiu o comando do Vapor Osvaldo Aranha, ele era um barco novinho e havia feito somente a viagem da Alemanha para Taquari (RS), a velocidade de cruzeiro dele era pequena, um pouco maior que a dos outros barcos da companhia Arnt, mas era normalmente menor que a do vapor Porto Alegre, que fazia o percurso entre a capital e Cachoeira.

Normalmente, o Vapor Porto Alegre saia da capital, meia hora depois do Osvaldo Aranha. Os barcos da companhia Arnt tinham vários pontos de parada em seu percurso, enquanto que o Vapor Porto Alegre não tinha nenhum.

Desse modo, um pouco antes de São Jerônimo, ele passava pelo Osvaldo Aranha, e seu comandante se postava no convés superior, ao lado da cabine de comando, e ao passar, fazia continência com ar de superioridade, enquanto os seus passageiros se divertiam. Isso acontecia todos os dias, até que num deles, meu pai resolveu mudar as posições.

O Osvaldo Aranha podia acionar um sistema de tiragem de vapor pela chaminé, que obrigava o fogo da fornalha a ficar mais ativo e quente. Desse modo, a caldeira produzia mais vapor e mais pressão, os pistões se movimentavam com maior rapidez e as rodas que movimentavam o barco giravam mais rápidas, como resultado o barco corria mais.

Naquele dia, quando o vapor Porto Alegre estava quase ultrapassando o Osvaldo Aranha e o comandante começara a fazer a costumeira continência, meu pai deu a ordem para acionar esse sistema e começou uma inesperada reação do Osvaldo Aranha, que devagarzinho foi recuperando a distância até que deixou o P.Alegre para trás.

A primeira festa que os passageiros do Porto Alegre haviam feito foi compensada pela reação dos passageiros do Osvaldo Aranha, nessa recuperação. Este ato motivou uma queixa do comandante do Porto Alegre junto às autoridades portuárias pela vergonha que ele passou junto aos seus passageiros, como é que um vaporzinho corria mais que o dele? A reclamação nunca deu em nada, mas, por seu turno, meu pai nuca mais deu ordem semelhante.

De qualquer maneira, o comandante do Porto Alegre nunca mais foi fazer aquele tipo de continência acintosa com ar de superioridade. VIU!

Causo 2- CIGARRO NO BOLSO:

Antigamente os conceitos de respeito eram muito diferentes dos atuais, vou contar uma história que aconteceu com meu pai e meu avô: Meu pai já era casado há bastante tempo, basta dizer que eu já tinha uns dois ou três anos de idade, quando fomos visitar meus avós, chegando lá, só estava minha avó em casa, meu avô estava na roça, conversa vai conversa vem, meu pai teve vontade de fumar, pediu licença para a minha avó e acendeu o cigarro, começou a fumar naturalmente.

De repente, não mais que de repente, meu avô entra na sala, meu pai não teve dúvidas, meteu o cigarro aceso no bolso das calças, imaginam só o que aconteceu? Um baita furo nas calças novas. Será que isto foi respeito ou estupidez? MAS ACONTECEU. QUE IGNORÂNCIA! QUE BARBARIDADE!

Pensando bem, se ele tivesse refletido que essa vergonha era em parte fruto da autoconsciência de que fumar não era uma coisa boa, ele poderia ter parado de fumar naquele dia e provavelmente teria vivido mais e com melhor saúde!

Notas:
ilustração do barco a vapor por Galeria Brasil
ilustração do "É proibido fumar" via Renata Nogueira

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Até agora nada deu certo como planejamos

Tem dia que a gente levanta de uma maneira em que nada dá certo, pensei que o eletricista viria arrumar o aquecedor de água quente no banheiro da Claudia e mudar a tomada do fio elétricao que fornece eletricidade para o aparelho de recepão da internete por radio, ele só olhou o serviço e não voltou mais, fiquei sozinho, não fiz nada de útil esperando para dar assistêcia ao mesmo.

Agora o que fazer, está quase na hora do chá da tarde ou do chimarrão, penso que hoje será apenas com a compania dos meus oitenta e tres anos de idade, já é alguma coisa, assim terei tempo para pensar no futuro e recordar o passado, sabem que velho pensa muito!

Ainda mais no meu caso, meio surdo, para entender o que estão falando, a pessoa que fala tem que se dirigir diretamente para mim, com voz pausada e boa dicção, senão vem a velha pergunta do surdo: o que foi que tu disseste?

Está uma tarde muito bonita, mandei o Mazzetto concertar a cerca para o gado do Mário não chegar perto do reservatório de água que vem para as casas, eles sabem que eu gastei uma porção de madeira, arame farpado e dinheiro, para isolar do gado o resevatório de água e o mato que o circunda, mas se eu não mando fazer a revizão ele não vai, a vida de administrador é fogo, mandar pessoas assim..., meu pai sempre dizia: a ingnorância é que astravanca o pogresso!!!

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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Pai de filhos chegando à terceira idade

Sabem que eu não me lembro! Será que isto acontece com todos os que passam dos oitenta! É exame pra cá hoje, é exame pra lá amanhã, parece uma roda viva, não para nunca, isso que os médicos dizem que eu estou muito bem, que nem parece que eu tenho esta idade, imagina só quando eles falam que você está mais ou menos, ou pior ainda, quando eles falam: É a coisa está braba...

Este assunto apareceu por causa de um email que um amigo me mandou sobre a terceira idade (ele já está dentro dela), que pena, um rapaz tão jovial, alegre, está dentro daquilo que ele diz que a terceira idade é, o inicio dum velho casmurro (nada a ver com o livro Dom Casmurro).

Engraçado, nunca imaginei escrever tais coisas, mas de repente por causa de um lembrete, neste caso um email, cá estou jogando letras fora, como um escritor de novela que não sabe como desenrolar o novelo, aí bota uma atriz nova, pula de assunto, que barbaridade diz o gaucho quando o cavalo se assusta dá uns pinotes e derruba a comadre no chão. Está chegando na hora do chimarrão, vou parar de escrever bobagem e vou para os finalmente (CHIMARRÃO).

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Dia 06 de agosto de 2009

Hoje a Gladis me trouxe um computador para eu experimentar a temperatura do quarto do Henrique e comparar com a do porão onde está localizado o meu computador.

O problema da troca é o frio que faz no porão, causador da Herpes, que me atacou a cabeça (lado esquerdo), durante o mês de maio do corrente ano

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domingo, 2 de agosto de 2009

Tentativas de compra do Sítio Franck


dia 05012003: Estou aqui porque o sol está muito quente lá fora. São 15:10, portanto faltam 60 minutos para eu descer e começar o chimarrão!

Hoje esteve aqui, um casal interessado na compra de uma área de terra, para fazer uma casa para morar. A Gladis e a Claudia estavam comigo e disseram que não. Ele era um tocador de violão num conjunto, estava estudando com a mesma professora que dava aula de piano para o Isaias e ela era aluna da Gladis, queriam comprar dois hectares para resolver o problema dos cavalos, mas não tinham dinheiro para pagar o que estávamos pedindo. Tem gente que quer resolver seus problemas a custa dos outros, PODE?!

Anteriormente, esteve aqui outro casal com a mesma finalidade, escolher e comprar uma área de terra para fazer uma moradia. Já imaginaram com que área de terra ficaríamos se cada um que viesse aqui escolhesse os dois hectares de que mais gostassem?

Também um amigo veio falar comigo sobre a compra de uma área de dois hectares para seu filho fazer uma casa, de imediato aceitei a idéia, fomos caminhar para escolher a localização do dito cujo, do lado de cima da estrada em frente a nossa casa. Mas esse lugar não serviu para ele, no lado de baixo, morro acima também não, queria entre a nossa casa e a do Marcus, mas lá o Ércio já tinha escolhido o dele e o que sobrava não dava os dois hectares. Conosco não deu negócio, mas ele acabou comprando um belo terreno no loteamento Santo Antão.

Daí em diante, outros compradores apareceram, mas todos se achavam no direito de fazer o preço da área a ser adquirida, além de quererem escolher a que melhor lhes aprouvesse. Isso é o que geralmente fazem com agricultores que querem morar na cidade ou porque já juntaram um dinheirinho que está rendendo juros ou porque se acham velhos para trabalhar na roça. Assim entregam a propriedade por qualquer preço, o que não é o nosso caso.

Apareceu também um advogado casado com uma médica, que foi colega de turma do Marcus. Gostaram muito da casa do Marcus e se ele vendesse comprariam. Eles parecem gente boa e não tem pressa para fazer o negócio. Porém, gente bonita não paga, mas também não leva! Não sou bom vendedor, mas também não sou “dador”!

Todos os outros que não compraram foi por acharem o preço que pedimos muito alto.

O lugar em que moramos é o resultado de 52 anos de trabalho sem parar para finalmente chegar ao paraíso que estamos vivendo no presente. Não dá para dar de presente! Antes de fazer preço definitivo para vender um pedaço do paraíso, temos que conversar com todos os herdeiros, porque as mulheres são mais humanas e, como vendedoras, não são muito boas, sempre acham que a mercadoria que elas tem para vender pode ser oferecida por um preço menor. É por isso que a grande maioria dos vendedores de terra é do sexo masculino, porque os homens tem cara de pau e, geralmente, pedem muito mais do que vale, enquanto que as mulheres são justamente ao contrario.

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segunda-feira, 27 de julho de 2009

PLANTANDO FUTEBOL NA BEIRA DO RIO

Logo que se mudou para a Beira do Rio, meu pai (Eugênio Franck) se dedicou a construção de casas e galpões, e foi nesta época que ele levou a primeira bola de futebol para o lugarejo, e deu as primeiras instruções sobre esse esporte.

Dizia ele que era uma coisa engraçada, ver aquele pessoal acostumado no rabo do arado ou no cabo da enxada, tentar chutar uma bola, o pé nunca batia onde deveria, pois eles, como agricultores, treinavam muito as mãos e braços, mas não os pés e pernas, que eram usadas só para caminhar ou correr.

Por falar em correr, meu pai dizia que todos eles ao mesmo tempo, corriam aonde a bola ia, era um espetáculo circense, quanta discussão, quanta briga, pois o pessoal era quase todo analfabeto, rude, na hora do chute a canela do adversário era maior do que a bola e não se mexia tanto, já viram aonde eles acertavam, e o rolo estava formado.

Também foi neste lugarejo que meu pai conheceu minha mãe: ANNA ALMIRA PEREIRA DA SILVA, originária de uma família de agricultores pobres, mas muito honrados. Depois do casamento, ela passou a chamar-se: ANNA ALMIRA FRANCK.

Realizado o matrimônio, eles mudaram-se para a margem direita do Rio Taquari, bem defronte de onde tinham morado na Beira do Rio, mas nesse lado a localidade chamava-se Porto Mariante. A casa onde foram morar era de madeira com dois quartos, sala, cozinha e latrina. Estava localizada à margem da estrada que ligava Porto Mariante a Roca Sales ao norte e a Porto Gomes ao sul.

Um pequeno causo

Num domingo à tarde, quando que meu pai estava sentado num pequeno avarandado à frente da casa, ele presenciou um fato incomum: Um homem alto, magro, vestindo um terno e chapéu preto, caminhando a passos largos e atrás outros dois homens, vestindo roupas comuns, gritando e apontando um revolver para as costas do primeiro, um deles engatilhava a arma, puxava o gatilho e a arma falhava, falhou uma porção de vezes, até que o pistoleiro virou a arma para cima e disse: Que porcaria de revolver, puxou o gatilho e detonou todas as balas, sem falhar nenhuma. Meu pai contava esta história e relembrava o acontecido, dizia ele, que tinha sido uma situação cachorra, e achava que o homem de preto se borrou quando ouviu o primeiro tiro, sorte dele que o revolver estava virado para cima.

Meus pais ainda estavam morando nesta casa quando minha irmã Cecy nasceu em 17 de junho de 1924. Abaixo fotografia do casamento de Cecy em 1948, onde meu pai, Eugênio, aparece ao lado de sua mãe, minha vó Chiquita.

Nota:
A imagem e história da Seleção Brasileira de 1919 está disponível no Museu Virtual do Futebol

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quinta-feira, 23 de julho de 2009

MUDANDO DE MORADIA

Meu pai depois de formado exerceu diversas atividades, desde plantador de arroz (técnico agrícola, funileiro, etc.), até construtor de casas.

No tempo em que ele era construtor, morava por perto das casas que estava construindo, geralmente, na casa velha do dono daquela que ele estava fazendo. Isto acontecia ora dum lado ora do outro lado do rio.

Mesmo morando do outro lado do Rio Taquari, bastava pegar uma canoa, remar um pouco e pronto, estava do outro lado, assim ele continuou a construir casas tanto de um lado como do outro do rio.

Foi numa dessas construções que se descadeirou: Estavam levantando a madeira que serviria de cumieira do telhado da casa, no braço, e, como era muito pesada, os outros dois ajudantes largaram a ponta deles, meu pai não pode porque estava com os dedos de uma mão trançados com os da outra, então teve que sustentar todo o peso sozinho.

Em 1925, meus pais mudaram-se para o salão de festas da localidade, construído em cima de pilares, por causa das enchentes, a altura foi calculada pela enchente mais alta, tanto pelo que sabemos, a parte de cima nunca foi atingida pelas águas, depois, entre os pilares altos, foram levantadas paredes, janelas e portas, tornando o porão em condições de se estabelecer uma oficina, como uma carpintaria por exemplo, o que realmente foi feito.

A parte de cima tinha uma cozinha grande, dois ou três quartos, e um salão também grande. Estas peças eram usadas pelo ecônomo e sua família, ficando a cozinha e o salão para os associados durante as festas. Não sei quantos anos nós moramos lá, a única coisa que me disseram foi que eu nasci por lá, alem daquelas historias de dar recado e outras balelas que não sei se eram brincadeiras ou não.

Nota:
A ilustração é o quadro "A Casa de William Warren" pintado por Mosley

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quarta-feira, 22 de julho de 2009

É verdade: quem conta um conto aumenta um ponto!

Hoje, dia 080103, está fazendo, agora à tarde, um calor fora do comum, é uma tarde de preguiça, ficamos vendo televisão até as 15:30 e só paramos porque eu me enchi de coragem e fui para a cozinha comer uns pedaços de manga.

Por falar em manga, ela é a fruta do momento, muito gostosa e barata, está custando 0,90 centavos o quilo, é aquela variedade verde que deve estar sendo cultivada em S,.Paulo, não é fibrosa e aceita muito bem o corte da polpa.

Cadê coragem e assunto para escrever com um calor desses!

Mas vamos contar a história que aconteceu aqui quase na frente das casas: dois rapazes andaram roubando por aqui, no Pedro Bottega R$10,00, no Meio Quilo, um som pequeno mais umas porcarias, o revólver deles era de plástico, mas quem é que ia arriscar, pois o bicho era igualzinho ao que dispara bala de verdade. Porém, na fuga, capotaram o carro na lombinha aqui da frente do Sítio, os Tormen ajudaram a desvirar o carro e tirar um dos meliantes das ferragens, pois o outro já tinha fugido pelo mato.

Logo o Edevaldo, o Ênio e o Meio Quilo trataram de segurar o safado até a chegada da polícia. Neste meio tempo ouve-se um tiro de revólver que atingiu o meliante no ombro e passou de raspão pelo pescoço do Edevaldo. Logo, logo o rapaz já foi solto.

Esta história eu fiquei sabendo como me contaram, pois quando cheguei ao local da capotagem já estava tudo terminado. Esta história aconteceu praticamente na frente da minha casa aqui na colônia, estive no local do acontecido praticamente no fim, pois o automóvel que conduzia os meliantes ainda estava lá. Eu assisti a remoção do mesmo pelo guincho, assim mesmo esta história já me foi contada com lances bem diferentes uns dos outros, com os mesmos personagens executando tarefas diferentes em momentos diferentes.

Já imaginou aquelas histórias contadas no tempo do ano “0”! Que passavam de uns para outros através de viajantes passageiros, que as ouviam e depois de um certo tempo em outra cidadezinha com cerca de100 habitantes, contava aquela história à sua maneira, coisa que outro iria fazer de outro jeito quando viajasse para outro lugar!

Bom, deixemos as histórias de lado, acreditem nelas quem quiser!

A história do assalto que aconteceu aqui na frente da granja já no dia 100103 me foi contada de outra maneira, nela só tinha um assaltante, mas como eu não perguntei nada o assunto morreu ai. Na foto abaixo está apontado o local da capotagem e indicada a caso do nosso caseiro Mazzetto. Ele, agora, está reformando a cerca da frente, a parte que vai da casa dele até a divisa com o clube, ainda falta colocar o portão das vacas.

Perto do meio dia, começou uma garoa que mais tarde se transformou em chuva, tanto que a Marice não foi ao centro, ficamos em casa como dois velhos, que barbaridade, imagina como será o dia em que realmente estivermos idosos.

Um pouco de prática sempre é saudável, mas tem hora que para sair alguma coisa, a gente tem que puxar, puxar e puxar e assim mesmo a coisa fica entalada e não passa para o papel. Cansei até perder o interesse, hoje eu vou parar por aqui.

Nota:
A imagem do início tomamos emprestada do Blog Rascunhos de Fabrícia Silva num post em que ela fala sobre as tradições orais: “Pessoas em todos os tempos e lugares têm contado histórias. Na tradição oral, a narrativa inclui o narrador e a audiência. O narrador cria a experiência, enquanto a audiência depreende a mensagem e cria imagens mentais pessoais a partir das palavras ouvidas e dos gestos vistos. Nesta experiência, a audiência se torna co-criadora da arte. Narradores por vezes dialogam com a audiência, ajustando suas palavras em resposta aos ouvintes e ao momento.

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terça-feira, 21 de julho de 2009

NOSSO PAíS ESTÁ ASSIM

(escrito em 2007)
Desde criança eu ouço dizer que os políticos eram corruptos, mudar de partido é uma coisa corriqueira, os ideais de cada partido vão por água abaixo, os programas servem apenas de trampolim para o político ter uma legenda para se candidatar, porque uma vez eleito, mudam de partido com programa completamente oposto, isto é, mudam da esquerda para a direita, como se muda da água para o vinho.

Com a maior cara de pau, passam a defender aquele programa, assim como apóiam o governo, no outro dia estão contra, tudo depende de interesse financeiro, aonde rende mais dinheiro lá estão eles de bandeira em riste, gritando a favor de uma coisa que combatiam no dia anterior.

Já estou com oitenta e um anos de idade, não deveria me preocupar com essa barbaridade que está acontecendo no país, mas sou brasileiro.

Nosso país nunca foi muito sério, não tem o que segure mais a corrupção, desde o maior até o menor, o que se houve falar é em ladroeira, ladroeira deslavada, provada, e aceita como natural. Vou parar por aqui, senão sou capaz de queimar o computador com o calor da minha raiva. PONHAM ESTES LADRÕES NA CADEIA.




Notas:
1- As charges de Angeli utilizadas para ilustrar esta postagem foram disponibilizadas por:
1.a - Charge 1- Minha Literatura Agora
1.b- Charge 2- Calha

2- Site official do Angeli: http://www2.uol.com.br/angeli/

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Amiga rosana

Não podes saber quanta satisfação eu sinto quando leio teus emails, obrigado. ABRAÇOS!!!

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domingo, 19 de julho de 2009

DORMINDO NO PETIÇO


Ganhei um petiço velho de presente, que ficou à minha disposição para ir à cidade a hora que precisasse, mas o danado do petiço andava mais devagar do que uma pessoa andando a pé, e para provar este fato vou contar o que aconteceu:

Lá pelos idos anos de 1937 ou 1938, durante os festejos de carnaval, depois de fantasiado de holandês pela minha mãe (mãe é mãe, inda mais a minha... que gostava muito de carnaval e principalmente de me ver fantasiado), montei no petiço e me toquei para a cidade.

Minha tia Maria e o seu marido eram os ecônomos do Clube Alvinegro e tinham uma casa para morar atrás dele com um terreno, aonde eu deixava o petiço amarrado quando ia à cidade. Chegando lá, amarrei o petiço num galinheiro dentro do terreno, e fui para o clube, lá encontrei minha tia e o “marido”, terminando os preparativos para o início da grande festa pagã, nesta época eu ainda não tinha me convertido ao catolicismo e, meio contra a vontade, me dava ao luxo de acompanhar as evoluções dos foliões, inclusive da minha irmã Cecy, que gostava muito deste tipo de festa.

A folia começava cedo, antes das dez horas da noite, e terminava ao amanhecer. O carnaval de Taquari era famoso em toda a região, por isto, muita gente de fora do município vinha para os festejos. Terminada a folia, a Cecy e uma prima foram levar uma amiga até o porto, para embarcar no vapor que ia para Porto Alegre, elas foram a pé e voltaram a pé, dois quilômetros de ida e dois de volta. No momento em que elas saíram para o porto, eu saí de petiço em direção à minha casa lá na Estação, aí houve um milagre, a Cecy e a prima que viera junto para a estação e que tinha ido com ela até o porto, chegaram em casa, aproximadamente, às dez horas da manhã e eu, que viera direto para casa, montado no petiço, cheguei às duas horas da tarde!

Eu vou contar como este milagre aconteceu: O petiço quando sentiu que eu estava dormindo e não mais atuando nos comandos, entrou por um corredor pouco usado, que ligava as duas estradas que iam da cidade até a estação. Como a grama era alta ele ficou pastando o quanto teve vontade. Foi durante este tempo que um menino que trabalhava no matadouro passou por nós e disse: Dormindo em cima do petiço? E eu respondi: UÉ DORMINDO!

Apesar de ter respondido, continuei dormindo em cima do lombo do petiço, que caminhou até encontrar a outra estrada, que ele conhecia, pois era por ali que eu ia buscar carne no açougue, o matadouro era do mesmo dono e funcionava no mesmo local, assim passo a passo, chegamos à outra entrada da estação, alguém abriu a porteira, pode ter sido eu mesmo, nunca fiquei sabendo, e continuando no velho passo de petiço velho, chegamos em casa comigo ainda dormindo. Esta história eu realmente vivi!!!

Não tenho fotos da época do causo acima relatado, mas na foto abaixo de alguns anos antes, estamos eu e minha irmã prontos para um carnaval. Tanto as fantasias quanto a minha peruca foram confeccionadas pela minha mãe Anna Almira. Aos nossos pés os melhores brinquedos e o estado da cerca ao fundo testemunha que vivíamos numa casa bem simples nessa época.


Nota:
Fonte da imagem do menino no cavalo de Pau: Loja ArtDelicia

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Domingo de vento frio

Dorminmos até mais tarde, quando falo nós, estou incluindo minha esposa, que geralmente pula da cama enquanto faço ginástica ainda deitado(alongamento), pois na rua estava muito frio para gente da nossa idade caminhar.

Tomamos o café matinal, e depois de outras lidas fizemos fogo no fogão a lenha (como é bom ter um fogão a lenha na cozinha, tudo fica quentinho, ainda mais que nossa cozinha é bem grande, nove metros por quatro e meio), depois de certo tempo a chaleira chia, é uma música para os ouvidos de quem está acostumado com a vida do interior, é muito familiar e gostosa.

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sábado, 18 de julho de 2009

A HISTÓRIA DE EUGÊNIO FRANCK: DO EXÉRCITO À BEIRA DO RIO



No final de 1915, meu pai formou-se no Curso de Técnico Rural, que tinha a duração de três anos e recebeu o seu diploma.

Com 18 anos de idade, em 1916, teve que se apresentar para o serviço militar, onde perdeu um ano de vida, já que até então tinha aprendido utilidades para a humanidade, mas neste ano, aprendeu qual a melhor maneira de matar esta humanidade.

No fim do ano de 1916, meu pai foi morar com o seu tio Galdino para cuidar de uma plantação de arroz e outros serviços agrícolas e, ao mesmo tempo, cursar o tiro de guerra (onde aprendeu mais práticas para melhor saber matar as pessoas). O tempo do meu pai não foi totalmente perdido nesta época, pois servindo no tiro de guerra, ele ficou mais capacitado a fazer guerra e matar gente, azar dele não estar nos USA, LÁ ELE GANHARIA PRÊMIO POR ISTO.

Quando chegará o dia em que a humanidade vai viver sem guerra, sem agressões dos mais fortes aos mais fracos? Nesse dia, como ficará bonita a vida na terra!!!

Pelo que ele falava, a plantação de arroz foi um fracasso no segundo ano, pelo excesso de chuvas, pois tiveram que fazer a colheita com água pela cintura. O grão não secou e houve um prejuízo quase total. Isto levou tio Galdino, que era um forte negociante de secos e molhados da região, a abandonar a produção de arroz, pois o lugar onde plantavam, estava muito sujeito às variações climáticas, tanto às estiagens como às chuvaradas.

Meu pai veio então morar na cidade de Taquari e foi trabalhar numa funilaria, a escola de técnicos rurais lhe deu capacidade para exercer esta profissão.

Em 1919 completou o serviço militar deixando o tiro de guerra, e continuando como funileiro até 1920, data em que foi morar no lugarejo chamado BEIRA DO RIO, no município de Taquari (RS).

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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Pela primeira vez num blogue

Estamos em 170709- estou fazendo tudo o que minha filha Gladis está mandando, será que vai dar certo? não por ela e sim por mim!

O dia hoje não está tão frio, o sol está até um pouco quente, para quem saiu de um inverno rigoroso, parece que estamos entrando na primavera, algumas espécies de arbustos já estão em flor, como as magnólias e ceregeiras do Japão. Reacendi o fogo no fogão a lenha, para esquentar a cozinha, pois está chegando a hora do chimarrão.

sitioanos80

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Janeiro de 2003 - parte 2!

040103
A Claudia e os netos estão aqui, trouxeram roda-pé e bicicleta, estão andando de roda-pé na calçada da frente da casa, andando o Henrique descobriu que a calçada tem um leve declive no sentido norte-sul, coisa tão pequena que só por um detalhe se descobre, pois dando um impulso no sentido norte-sul dava para percorrer toda a calçada sem precisar dar novo impulso com o pé, enquanto que no sentido inverso o roda-pé parava antes de chegar ao fim!

Ontem deu uma chuvarada das boas, da gente se molhar mesmo estando usando guarda chuva! Enquanto hoje amanheceu nublado, mas sem chuva, algumas olheiras de sol, entremeado de momentos nublados. Fiz fogo no fogão à lenha, a temperatura tem oscilado entre quente e fresquinho, estou ouvindo vozes lá fora, não vou continuar a escrever, e deixar o mundo maravilhoso com boas companhias lá fora, sem que eu esteja participando!

050103:
Hoje de manhã passamos o gado do potreiro do condomínio para o da granjinha, levei os dois netos para ajudar a tocar as vacas, eu ia à frente para mostrar o caminho para elas, chamando como um vaqueiro que sou.
Tudo ia muito bem, até que um cachorro chegou muito perto da cria de uma das vacas e foi pra já! Ela virou para trás e avançou no cachorro, mas os netos se assustaram e deram no pé para trás também! Ainda bem que o Mazzetto estava perto e saiu em socorro deles, no fim eu expliquei para eles que a vaca estava defendendo a sua cria contra a presença do cachorro e não contra eles. Felizmente, tudo acabou bem!

Abaixo os netos aproveitando um veículo ecológico que construí.
Sitio Franck em 2003

Um milagre aconteceu! A Claudia viajou num horário normal, com os filhos, para Porto Alegre. Estamos novamente os dois que iniciamos a família Franck, sozinhos no paraíso, assim é a vida, espero que quando chegar o tempo dos moços atuais, eles tenham condições de desfrutarem de tamanho privilegio como nós!

A vida aqui é calma graças a Deus, não estamos fora do mundo, mas na parte boa dele, já trabalhamos bastante metidos no burburinho ativo, viajamos por um mundão de lugares, conhecemos gente com costumes os mais variados, desde pobres até classe média alta, gente confiável ou não, mas por onde passamos procuramos ser cidadãos dignos, respeitáveis e amigos bem educados.

060103:
Levantamos cedo hoje, 7: 30 da manhã, pelo horário de verão e fomos caminhar, aproximadamente, às 9:30, parando às 10:20. Havia um pouco de serração e estava friozinho.

Ontem de tarde matei uma jararaca que estava sendo perseguida por um casal de sabiás, pois ela estava se aproximando do ninho deles que está com filhotinhos.

Eu sou um cara até bem letrado, mas na hora de escrever as letras e o assunto me fogem, e então a gente não sai do lugar, as páginas não são preenchidas, e o que se pensa não passa para o papel. O mais duro de tudo é tu buscares pelos miolos, gastares as pontas dos dedos e aligeirar a formação de catarata, de tanto olhar para estas teclas, pois não sei escrever sem olhar para digitar. Será que mais alguém se dignará a perder um tempinho para ler reminiscências ou passagens da vida? Serão elas coisas insignificantes que não valem à pena?

No verão eu não acredito que alguém vá perder tempo para ler estes escritos, mas durante o inverno, sentado na cozinha, nem que seja eu mesmo, sei que alguém vai tentar passar o tempo lendo o que escrevi!

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quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Curso de Técnico Agrícola e a Profissão Vocacional de Eugênio Franck

Casa da Estação Experimental de Agricultura de
Taquari (RS) em que Eugênio Franck morou antes de
Mudar-se para Bento Gonçalves.

Com a indicação do prefeito do município, meu pai, Eugênio Franck, foi a Porto Alegre fazer exames e passou no Curso de Técnico Agrícola e, no mesmo ano, se inscreveu e começou, em regime de internato, a freqüentar as aulas.

A escola estava funcionando no fim da linha Partenon (Bananeiras), era o segundo ano de atividades desta escola de formação de técnicos em agricultura, o regime era de internato. No segundo ano a escola de técnicos agrícolas (ETA) passou a funcionar no prédio novo, onde funcionava também a escola de engenheiros agrônomos, que serve ainda hoje para a formação desta categoria de profissionais.

Naquela época, a maioria dos professores era de origem estrangeira (italianos, americanos, ingleses e espanhóis). Meu pai falava que no curso também eram ensinadas matérias como: Funilaria, construção de casas, galpões, silos, correaria, ferraria, laticínios, embutidos de porco e fabricação de banha de porco, criação de animais como (vacas, galinhas, ovelhas, porcos, cabritos, cavalos e mulas), serviços agrícolas em geral como plantação de milho, feijão, arroz, batata inglesa, cebola e hortaliças. Fazia parte também do currículo, a implantação de pomares de árvores frutíferas, partindo desde a produção de mudas (quebra de dormência de algumas sementes), organização de viveiros e enxertias. Abertura de covas, plantação dos enxertos, podas de formação, de condução e de frutificação, inclusive, armazenagem em silos específicos para cada tipo de fruta ou semente.

Durante os intervalos das aulas, a maior distração dos alunos era jogar futebol, principalmente aos sábados e domingos, porque a gurizada permanecia no internato, já que a maioria provinha de cidades do interior.

Meu pai tinha um problema numa perna, em conseqüência das queimadas de roçadas para plantação de milho ou feijão, numa ocasião ele pegara muito calor daquele lado do corpo, e logo tivera que passar por um banhado, onde se molhou todo, teve muita febre e inflamou o músculo da perna, ficando completamente sem força, caminhava mancando, e, quando ia chutar a bola, caía no chão, mas de tanto insistir, acabou jogando no primeiro time do internato. Ele sempre disse que a cura da perna dele se deveu ao futebol.
Eugênio, Anna, Cecy e Silveira na E.E. Agricultura de Taquari
pouco antes da mudança para Bento Gonçalves

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