terça-feira, 23 de junho de 2009

UMA ASSOMBRAÇÃO NA GARUPA


O ZÉ DOS PREGOS (não me lembro do verdadeiro nome dele, por isto o apelido) era vizinho do meu avô Gustavo, lá no interior do município de Taquari, e aos domingos quando se encontrava com os moradores do lugar, costumava se gabar de não acreditar em assombração, andava a cavalo altas horas da noite, sozinho, e não tinha medo de nada, ainda mais que para aquelas bandas não tinha assaltantes.

Era costume, nos serões de família, se começar a prosa perguntando como vai fulano e sua famía? Sicrano miorô das costelas? A prantação de mio e feijão foi boa? O gado está gordo, não pego a “fetosa”? E a seguir, como agora, se falava no custo das mercadorias como café, sal, açúcar, fazendas e remédios, para só depois que faltava assunto, quase na hora de ir embora, se falar em assombração. Nessas horas, o Zé sempre dizia que não tinha medo!

Até que um dia em que ele ia passando a cavalo numa estrada que passava por dois cemitérios: ao lado do cemitério católico e pela frente do protestante.
Nessa ocasião ele vinha muito calmo, pitando seu cigarrinho de palha, pensando nas compras que tinha feito e no trabalho do dia seguinte, quando sentiu que o cavalo se agachou um pouco e gemeu, parecia que o peso dele tinha dobrado, sentiu um calafrio na espinha, e um vento gelado na nuca!

A primeira coisa que pensou foi na tal de assombração (afinal, o cemitério estava ali), não pensou duas vezes, rezou um padre nosso e um “credo em cruis”, logo sentindo que o cavalo se aliviava, deste dia em diante nuca mais falou que não acreditava em assombração! CREDO!

Nota: O desenho que ilustra esta mensagem é de Leonardo da Vinci

1 comentário

Sexy Help Desk disse...

Grande história seu Jacy! Abraço e boa sorte com o blog!!

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