quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Curso de Técnico Agrícola e a Profissão Vocacional de Eugênio Franck

Casa da Estação Experimental de Agricultura de
Taquari (RS) em que Eugênio Franck morou antes de
Mudar-se para Bento Gonçalves.

Com a indicação do prefeito do município, meu pai, Eugênio Franck, foi a Porto Alegre fazer exames e passou no Curso de Técnico Agrícola e, no mesmo ano, se inscreveu e começou, em regime de internato, a freqüentar as aulas.

A escola estava funcionando no fim da linha Partenon (Bananeiras), era o segundo ano de atividades desta escola de formação de técnicos em agricultura, o regime era de internato. No segundo ano a escola de técnicos agrícolas (ETA) passou a funcionar no prédio novo, onde funcionava também a escola de engenheiros agrônomos, que serve ainda hoje para a formação desta categoria de profissionais.

Naquela época, a maioria dos professores era de origem estrangeira (italianos, americanos, ingleses e espanhóis). Meu pai falava que no curso também eram ensinadas matérias como: Funilaria, construção de casas, galpões, silos, correaria, ferraria, laticínios, embutidos de porco e fabricação de banha de porco, criação de animais como (vacas, galinhas, ovelhas, porcos, cabritos, cavalos e mulas), serviços agrícolas em geral como plantação de milho, feijão, arroz, batata inglesa, cebola e hortaliças. Fazia parte também do currículo, a implantação de pomares de árvores frutíferas, partindo desde a produção de mudas (quebra de dormência de algumas sementes), organização de viveiros e enxertias. Abertura de covas, plantação dos enxertos, podas de formação, de condução e de frutificação, inclusive, armazenagem em silos específicos para cada tipo de fruta ou semente.

Durante os intervalos das aulas, a maior distração dos alunos era jogar futebol, principalmente aos sábados e domingos, porque a gurizada permanecia no internato, já que a maioria provinha de cidades do interior.

Meu pai tinha um problema numa perna, em conseqüência das queimadas de roçadas para plantação de milho ou feijão, numa ocasião ele pegara muito calor daquele lado do corpo, e logo tivera que passar por um banhado, onde se molhou todo, teve muita febre e inflamou o músculo da perna, ficando completamente sem força, caminhava mancando, e, quando ia chutar a bola, caía no chão, mas de tanto insistir, acabou jogando no primeiro time do internato. Ele sempre disse que a cura da perna dele se deveu ao futebol.
Eugênio, Anna, Cecy e Silveira na E.E. Agricultura de Taquari
pouco antes da mudança para Bento Gonçalves

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