terça-feira, 19 de maio de 2009

Uma breve biografia de meu pai EUGÊNIO FRANCK

Parte 1
Nascido em 22 02 1898, Eugênio Franck era filho de Gustavo Franck e Leopoldina Renner Franck, neto de imigrantes alemães, que vieram estabelecer-se no município de Estrela, localizada às margens do rio Taquari, no distrito de Teotônia, hoje município independente, e a linha onde morava meu bisavô, passou a chamar-se Picada Franck. As famílias antigamente eram mais numerosas, meus avós tinham duas filhas mulheres e quatro homens, meu pai era o primogênito.

O governo alemão mandava professores pagos, para lecionar filhos de imigrantes alemães. O que se estabeleceu em Teotônia, foi morar na casa do meu bisavô. Quando meu pai tinha aproximadamente quatro anos de idade, meus avós mudaram-se para uma colônia no interior do município de Taquari, a nove quilômetros do centro da cidade.

Nesta colônia, utilizando mão de obra familiar, era produzido: milho, feijão, arroz, trigo, cana de açúcar, alfafa, abóbora, moranga, verduras e frutas (laranjas: comum, do céu, de umbigo e natal; uvas americanas: niágara, concord e Isabel). Havia também, criação de abelhas, galinhas, porcos, vacas e cavalos, tudo praticamente para consumo próprio. Somente o excesso era vendido para terceiros, com a finalidade de comprar fazendas para confecção de roupas, sal, café, açúcar, querosene para iluminação, aguardente de cana (cachaça) para fazer xaropes e licores, erva mate para fazer chimarrão, medicamentos e usar em outras emergências como atendimento médico ou de parteira...

O atendimento médico era muito precário, tanto que meu avô Gustavo e meu tio Oscar, morreram sem assistência médica, pois não existia hospital e Taquari tinha um único médico que não dava conta de tudo.

Naquela época a vida era muito mais simples, a gente vivia com menos coisas, a começar pelas casas que não tinham quase conforto, frio no inverno e muito calor durante o verão, eles não costumavam plantar árvores ao redor da casa, no inverno quando o minuano batia, só ao redor do fogão de chapa para agüentar ou em baixo das cobertas, e no verão por falta de sombra, as casa eram castigadas pelo sol, então o único recurso eram janelas abertas e dá-me leque para me abanar.

As casas do interior eram quase todas de madeira, com telhado de zinco sem forro, as janelas não tinham vidro, as peças eram pequenas, guarda roupa um para toda a família, pois se usava um terno (ceroula, calça e camisa) para o trabalho durante a semana, e outro para os domingos, mais um casaco de brim, as mulheres um vestido para trabalhar (calção, saia, corpinho e vestido, tudo de algodão) e outro para os domingos, mais uma mantilha(feita de tricô ou crochê).

A alimentação era composta do que produziam em casa, banha de porco, carne de porco, lingüiça, morcilha, galinha, leite de vaca, queijo, pão feito em casa, polenta, verduras (principalmente: couve, mostarda e repolho). Frutas somente aquelas produzidas nas suas lavouras.

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