sábado, 27 de outubro de 2012

A mudança para Porto Gomes (Lemãozinho trabalheiro - parte 2)


A mudança para Porto Gomes foi por causa do barco que meu pai foi comandar, de nome Bom Retiro, que fazia o serviço de carga e descarga entre Encantado e Taquari.
Barco à vapor imagem de Alberto Roura

Desta fase da vida, eu pessoalmente me lembro de alguns episódios, pelo menos para mim interessantes, como da minha primeira namorada de nome Inês, formávamos um par fora do normal, pois ela tinha aproximadamente uns 23 anos e eu quatro, mas enquanto ficamos morando lá em Porto Gomes, não me lembro de termos rompido com o tal do namoro, namoro este que eu mantinha com uma dedicação a toda prova, pois um dia carregando lenha para que ela mantivesse o fogão aceso, disse: “Viu Inês como o teu lemãozinho é trabalheiro”, tanta dedicação merecia uma retribuição que sempre apreciei como verdadeira.

Um fato que está presente na minha memória é o do carroceiro Ludvick, era um homem grande e gordo, de origem alemã, natural de Venâncio-Aires, ele guiava uma carroça puxada por seis mulas, na mão esquerda segurava as rédeas e na direita um enorme chicote que ele empunhava como quem entende do oficio (coitadas das mulas), além do chicote tinha uma voz possante e por da cá aquela palha, dava umas gargalhadas que ecoavam por quilômetros de distancia. Meu pai se dava muito bem com ele e eu gostava de ouvi-los conversar.
Carroças puxada por várias mulas eram usadas para o transporte.
(Esta da foto pertenceu à Família Crestani)

Outro fato que marcou minha lembrança enquanto morávamos em P.Gomes, foi o Osório, ele era um desequilibrado mental, vivia por lá, não sei bem como, mas minha mãe liderou uma rifa, para comprarem uma gaita de foles para ele, dizem que deste momento em diante não largou mais a tal da gaita, eu me lembro de ouvi-lo tocar o dito cujo instrumento, sentado numa latrina com a porta aberta, é lógico que eu não posso dizer o que tocava, apenas me lembro que era aquele instrumento que ele tinha ganhado de presente, que emitia o som que ouvíamos.

Quando chegou da Alemanha, o barco que a Cia. Arnt queria dar para o meu pai comandar, tivemos que nos mudar novamente para Taquari, porque o trajeto feito pelo barco seria entre Taquari e Porto Alegre. Nesta época eu deveria estar com aproximadamente cinco anos e fomos morar na famosa casa dos Azeredo.

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