Jacy e Cecy na praça da alfândega em Porto Alegre(RS)
Início da década de 30 (as roupas de todos foram confeccionadas por Anna)
Início da década de 30 (as roupas de todos foram confeccionadas por Anna)
Depois de terminar o curso primário, meu pai foi morar com minha bisavó (vovó DOROTÉIA, que morreu aos cento e três anos de idade). Ela tinha uma casa na entrada da cidade, e trabalhava de alfaiate para sustentar a família, pois meu bisavô tinha ficado louco. Ela já conhecia os sintomas, quando ia dar os acessos de raiva, levava o marido, pois na casa tinha um quartinho com apenas uma janelinha com grade, e ele lá ficava até os sintomas de raiva passarem, então ela abria a porta que era trancada por fora, e recomeçava a vida normal novamente. A quantidade de dias que ele passava fechado variava, assim como a quantidade de dias em liberdade.
Meu pai contava que ela ficava costurando até uma ou duas horas da madrugada, e levantava as cinco. Quando o marido enlouqueceu, o filho mais moço (Carlos Renner) era de colo. Na pequena chácara ela criava: Galinhas para a produção de ovos e carne, porcos no chiqueiro para a produção de carne (embutidos como salame, linguiça, morcilha ou morcela, queijo de porco e principalmente banha). Tinha também uma vaca de leite, de cuja sobra do consumo faziam queijo e da gordura manteiga.
Enquanto estava parando lá na vovó Dorotéia, meu pai cuidava dos animais, e ajudava no serviço doméstico. As aulas de alemão eram muito cansativas e requeriam muito tempo de estudo e prática. Então os alunos procuravam falar e se entender só em alemão (quanto “schuanaraina” não saía). Terminado o segundo ano de curso, todas as matérias mais o alemão, meu pai sabia falar o alemão, e estava em condições de prestar exame para o segundo grau.
seja o primeiro a comentar!